janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
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Rodrigo
PereiraPorto
RODRIGOPEREIRAPORTO
Assessor doBancoCentral doBrasil,mestre
pelaUniversidadedeBrasília/Centrode
Estudos emEconomiaeMeioAmbiente,
especialistaemfinançaspelo IBMEC (DF),
eprofessor depós-graduação.
PORTO
, Rodrigo Pereira. Incentivos econômicos
paracertificação ISO14001:As liçõesparaapolítica
públicaeopapel dosistemafinanceironacional no
comportamento ambiental proativo. Dissertação
(MestradoemEconomia),Brasília:Departamentode
Economia,UniversidadedeBrasília (DF),Maio,2006
_____TheEquatorPrinciples.Abenchmarkforthefi-
nancial industrytomanagesocialandenvironmental
issues inprojectfinancing.Disponível em:
Acesso em
26.Out.2009
VENTURA
, Elvira Cruvinel Ferreira. Dinâmica de
institucionalização de práticas sociais: Estudo da
responsabilidadesocialdasorganizaçõesbancárias.
Tese (DoutoradoemAdministração). RiodeJaneiro:
FGV/Ebape,Agosto,2005
BIBLIOGRAFIA
gera lucrosfinanceirosparaosbancos.
Omaisimportante,nessecaso,éolucro
simbólico,quetemopoderdealavancar
a imagemda instituição.
Contudo, não é demasiado lembrar
que a quebra de um paradigma é um
processo lentoedifícil. Emummundo
competitivo e de resultados a curto
prazo, há resistências para investir na
reduçãodeimpactosnomeioambiente,
principalmente aquelesmelhor perce-
bíveis amédio e longo prazos. Ainda
olhamos nossos vizinhos concorrentes
antesdeperceberqueprecisamos fazer
algo para limpar nosso quintal. Nessa
linha,muitosnãoqueremserochama-
do“firstmover”,queassumeo riscode
movimentosdiferenciadosnomercado.
Porisso,aindústriabancáriavemtentan-
dodisseminarpráticasambientalmente
responsáveispormeiodacoordenação
de ações entre os próprios bancos.
Váriosprotocoloseacordos, nacionais
e internacionais, foram firmados pelas
instituições financeiras desde a desco-
bertados efeitos dapoluiçãoalémdas
fronteirasnacionais.
Como exemplo dessas ações coorde-
nadas, foi firmada, em2002, intenção
particular em desenvolver um acordo
de princípios socioambientais a serem
perseguidos pelas instituições finan-
ceiras emprocessos de financiamento
de projetos (Project Finance), com o
apoio do IFC − International Finance
Corporation−,braçoprivadodoGrupo
BancoMundial. Desse protocolo de
intençõessurgiuumacordocomumen-
te denominado como “Princípios do
Equador”,firmadoatualmentepormais
de50conglomeradosfinanceiros inter-
nacionalmenteativos,dentreosquais3
instituiçõesfinanceirasbrasileiras.
Recentemente,oGovernoFederal,como
um importante participante desse pro-
cesso, restabeleceuumacordoentreos
agentesfinanceirosparaincentivarações
com vistas aodesenvolvimento susten-
tável, denominado “ProtocoloVerde”.
Seus objetivos principais consistem em
evidenciar relações institucionais entre
os bancos signatários, e destes com os
órgãos doGoverno Federal, com a so-
ciedadecivilorganizadaecomosorga-
nismosdefinanciamentointernacionais.
A pressão social, portanto, não surge
apenasdoclientebancário,masdaspró-
prias instituições edegovernos.Como
mencionado, o ritmo das mudanças
dependedaparticipaçãoedainteração
de todososagentes responsáveis.
Não se pode afirmar se tais iniciativas
dos bancos vão exercer um papel re-
levante nesse processo demudanças.
Mas é certo que o ritmo dessas mu-
danças depende, em parte, de como
o nosso dinheiro é aplicado daqui
para frente. Não podemos dissociar
a responsabilidade dos bancos e das
demais empresas e clientes em geral,
nósincluídos,poisabuscademelhores
práticas ambientaisdo setor financeiro
é funçãodiretada sinergia entre todos
os agentes econômicos. Se os bancos
despertam-nos especial atenção, não
podemos esquecer que os serviços
financeiros desempenham um papel
relevantenamoldagemdeumasériede
questõesdenaturezaambiental.
ES
PM
Comoqualquerem-
presa,essas instituições
possuemrazõeseconô-
micaspara tomadade
decisão.Adiferençaem
relaçãoaoutrasempre-
saséqueos impactos
daídecorrentescostu-
mamser,digamos,mais
significativosevisados.
s
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