1%daemissãodegasesdeefeitoestufa
na região
3
. Essemesmo estudo atribui
àcadeiadealimentos, comoum todo,
18,4% das emissões. Ou seja, o im-
pacto “invisível” para o consumidor
relativo ao cultivo, colheita, proces-
samento, transporte,armazenamento,
consumoedescartedealimentos traz
impactoambientalmuito superior ao
daembalagem.
Some-sea isso, aindanoReinoUnido,
o fatodeque1/3dosalimentosadqui-
ridospeloconsumidorterminamnalata
do lixo
4
, sendo61%dessedesperdício
classificadocomoevitável. Fazendoas
contas (18,4%÷3 x 61%), quase 4%
das emissões de gases de efeito estufa
no Reino Unido poderiam ser evita-
dos não reduzindo embalagens, mas
eliminando-se o desperdício evitável
dealimentos.
Melhores embalagens podem ajudar
em todas as categorias listadas como
“desperdícioevitáveldealimentos”
4
:
1.
sobrasnopratoapósrefeição,
2.
datadevalidadevencida,
3.
aparência,cheiroougostoruim,
4.
mofadoe
5.
sobrasapóspreparo.
Reduziraomáximooimpactodaemba-
lagemnomeioambientenãosignifica,
necessariamente,maissustentabilidade.
Umaanálisecompletadeve terporob-
jetivominimizaros impactosdacadeia
produtivacomoum todo.
Enquanto a sociedade emprega todas
as forças em reduzir o1%de impacto
relativo à produção de embalagens,
os 4% relativos ao desperdício de
alimentospassamcompletamentedes-
percebidos.Vale ressaltar que 4% é
uma estimativa conservadora, uma
vez que não estão considerados os
impactos relativosàdestinaçãofinal
dos resíduos biodegradáveis.
Oelevadodesperdíciodealimentosnão
éexclusivodoReinoUnido. Estima-se
quenospaísesemdesenvolvimentoaté
50%dosalimentosnãochegamaoestá-
giodeconsumo
5
.NúmerosdosEstados
UnidosdaAméricaapontam27%
6
.Para
oBrasilestima-se39%
7
.
Emresumo,embalagemnãoédesperdí-
cio,muitopelocontrário,aembalagem
é uma importante ferramenta para o
desenvolvimento sustentável.A emba-
lagem deve ser encarada como uma
“garantia”dequeaenergiainvestidana
agricultura,processamento,transportee
armazenagemdeprodutosalimentícios
cheguem até a etapa de consumo
8
.
“Embalagem é a resposta para a fome
mundial”
5
. O consumidor precisa en-
tender desperdíciodealimentos como
“falta de sustentabilidade” e receber
orientaçõespara reduzi-lo.
Aembalagem
idealdeveser
biodegradável
Asociedadepedeembalagensbiodegra-
dáveis,entendendoqueelasnãogeram
impacto ambiental. Tudo gera algum
tipodeimpactoambiental.Apercepção
populardequeo lixoorgânicodesapa-
rece, sem deixar vestígios, como num
toquedemágica,nãoéverdade.
Oprocessodebiodegradação,quando
napresençadeoxigênio, resultanage-
raçãodedióxidodecarbono(CO
2
),um
reconhecidogás deefeitoestufa, além
deáguaehumus,quedependendoda
purezapode ser utilizado como fertili-
zantenatural.Quandoabiodegradação
ocorrenaausênciadeoxigênio,situação
muitocomumnosaterros sanitários,
gera-se tambémometano (CH
4
), gás
23 vezes mais nocivo para o efeito
estufa que oCO
2
.
Alémdacontribuiçãoparaoefeitoes-
tufa,grandepartedos impactosemum
aterroestãorelacionadosàbiodegrada-
ção semcontrole (chorume, vetoresde
doençaseliberaçãodeodores)enãoaos
materiais inertescomooplásticoouvi-
dro.Umaembalagembiodegradável,de
formaaminimizarseus impactos,deve
tercomofimdevidaacompostagem.
Tendo entendido que biodegradação
nãoéasoluçãouniversalparaasusten-
tabilidade,o seguintepassoé reconhe-
cer que não existe um únicomaterial
mais sustentável que todos os outros,
sejaelebiodegradáveloureciclável,de
fontefóssilourenovável,plástico,metal,
vidro,papel...cadaqualtemseuespaço.
Aembalagemsustentáveldeveatender
a, pelomenos, três dimensões. A pri-
Embalagem&
sustentabilidade
¸
Aembalageméa
respostaparaa fome
mundial.
s
Michael Lorenzo
MITO 2:
?
R E V I S T A D A E S P M –
janeiro
/
fevereiro
de
2010
158