janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
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.
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meiraeprincipal já foi apresentadano
mitodenúmeroum:garantiraproteção
ao produto. Na segunda dimensão,
dentre as embalagens queprotegemo
produto, deve-se escolher aquela que
implica menos impactos ambientais
medidos segundo a Análise do Ciclo
deVida (ACV). Já a terceira tem a ver
comcomoosmateriaisdeembalagem
secomportamnofimdevida, sejaele
compostagem, aterro sanitário, recicla-
gemquímica, reciclagemmecânicaou
reciclagemenergética.
“Dopontodevistaambiental,decisões
a favordequalquermaterialouproduto
devem estar embasadas em critérios
científicosenaAnálisedoCiclodeVida.
Nemosmateriaistradicionaisnemosde
fonterenovável,biodegradáveisoucom-
postáveisdevemserdiscriminados.”
9
Cemporcentodasem-
balagensdevemserreci-
cladasmecanicamente
A reciclagemmecânica é, sem dúvi-
da, uma meta a ser perseguida, mas
tem limite. Existem casos nos quais o
investimento ambiental para reciclar
mecanicamente uma embalagem su-
peraos impactos relativosà fabricação
de uma nova embalagem. Os hábitos
deconsumoemcadacomunidadesão
determinantesparadefiniropontoideal
de reciclagemmecânica. Nos países
desenvolvidosdaEuropa,porexemplo,
consideradospormuitoscomoreferên-
ciaemsustentabilidade, reciclam-se
mecanicamente entre 20% e 30%
dos plásticos pós-consumo, tendo
comometa 22,5%.
Da mesma forma que não existe um
materialdeembalagemmelhorque to-
dososoutros, nãoexisteuma forma
de manejo de resíduos melhor que
todas as outras. A resposta está na
combinaçãopormeiodaGestão In-
tegradadeResíduos.Umaestratégia
completa para a gestão de resíduos
sólidos urbanos deve contemplar
estações de compostagem (para
os orgânicos), reciclagem em
suas diversas modalidades (quí-
mica, mecânica e energética) e
aterros sanitários.
Dentreasmaioresoportunidadesde
melhoriana gestãode resíduos, por
parte dos países latino-americanos,
destaca-se a reciclagem energética,
umprocessoque recuperaaenergia
contidanoplásticoeoutrosmateriais
dealtopodercalorífico,utilizando-a
para reduzir o volume do lixo e os
efeitos nocivos da biodegradação.
A Europa já tem 420 usinas “Waste
to energy” e os Estados Unidos 98.
O Japão reciclaenergeticamente40
milhões de toneladas de lixo por
ano, reduzindo-o para menos de 4
milhõesde toneladas/anoemcinzas.
Alémde reduzirovolumedo lixoem
até90%,essamodalidadede recicla-
gemgeraenergia renovável, reduza
emissãodos gases de efeito estufa e
gera empregos técnicos. Os países
mais respeitadospor suaspráticasde
reciclagem, compostagem e reúso,
como alguns da Europa Ocidental,
sãoosquemais fazemusodeusinas
“Waste to energy” para lidar com o
que não vale a pena ser aproveita-
do de outras maneiras. Após anos
de educação, conscientização e
leis regulamentando a separação e
reciclagem do lixo, eles chegaram
a impressionantes 70-80% de reci-
clagem energética do lixoplástico.
Concluindo
A “moda” da sustentabilidade pode
levar consumidores e empresas a um
ciclovirtuosopelagarantiado futurodo
planeta. Embalagens com seu po-
tencial de redução de desperdícios
apresentam-secomouma importan-
te ferramenta para as empresas que
enxergam na sustentabilidade uma
possível vantagem competitiva.
Discussão ainda recente, existemmui-
tos conceitos em sustentabilidade que,
todavia,carecemderigorcientífico. Isso
implicaempossíveisriscosdereputação
paraquem tomaposiçõessemodevido
embasamento. No que diz respeito à
embalagem,essesriscospodemsermiti-
gados,afastando-sedosmitosebuscando
averdadecientíficapormeiodaanálise
dociclodevida.
BRUNOPEREIRA
Prof. doNúcleodeEmbalagemdaESPM.
NOTAS
ES
PM
MITO 3:
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