Clusters
de negócios
28
R e v i s t a d a E S P M –
julho
/
agosto
de
2006
Oconceito
declusterde
negócio
Naliteraturaeconômicaedenegócios,
não raro se encontram autores com
textos sobre o tema “como escolher
o melhor local para instalar uma
unidade produtiva”. Esses trabalhos
baseiam-se, em suamaioria, ou têm
como objetivo, a maximização do
lucrodas empresas e, considerando
essa perspectiva, diversas soluções
foram propostas. Praticamente, a
totalidade dessas recomendações
prega a necessidade de manter-se
relativamente afastado dos concor-
rentes. Essa preocupação, a princí-
pio, fazsentido,poisumcompetidor
próximo,aoconquistarumapartedo
mercado e tendo acesso àsmesmas
condições de negócio (disponibili-
dade demão-de-obra, qualificação
de recursos humanos, distância a
fontes dematéria-prima, condições
deescoamentoetc.), reduzopoten-
cial degeraçãode receitada região.
Ocorreque, jáháalgum tempo,per-
cebeu-se que determinadas regiões
apresentam uma concentração
peculiar de empresas, explorando
umdeterminado ramoou segmento
denegócios. Isso acontece em todo
omundoequalquer pessoaécapaz
de lembrar rapidamente de alguns
exemplos dessa condição: a Rua
Santa Ifigênia, em São Paulo, com
suaenormequantidadedevarejistas
de produtos eletrônicos e de in-
formática; a indústriamanufatureira
de sapatos em Franca ou as con-
fecções de roupas de lã, emMonte
Sião, no sul deMinas Gerais. Esses
trêscasospoderiamservistosapenas
como contra-exemplos do que au-
tores e pesquisadores recomendam
ou então, serem desconsiderados
por não possuírem uma signifi-
cação mais destacada. Entretanto,
existem exemplos como esses, com
expressão global e que não devem
ser desprezados:
F
OVale doSilício, que com-
preende várias cidades no
estado daCalifórnia, ao sul
deSão Francisco, é um pólo
tecnológico, com fatura-
mento de bilhões de dólares,
tendo sido capaz de gerar
empresas, que hoje estão
entre asmaiores domundo,
como aApple, aAMD, aHP,
a Intel, oGoogle, oYahoo! e
mesmo aMicrosoft (atual-
mente emRedmond, perto
deSeatle).