R E V I S T A D A E S P M –
maio
/
junho
de
2010
24
cadavezmaiores,maisautossuficientes?
Comoficaráopequenoempresárioneste
mundonovo?
SILVANO
– É algo difícil. Sabe como ele vai
ficar? Vai comprar o livro doHumberto Eco e
vaipensarnoóciocriativo,porquenãoconsegue
maistrabalhar.Nãoqueremosque issoaconteça,
não faz sentido imaginarmos esse mundo de
pessoas ociosas. Só temum jeitode fazer essa
coisa andar, que é separar a carga tributária.
Quandofizemos aLeiGeral, eu tive conversas
comredesdesupermercadosquediziam:“Você
estábotandoempautaum temamuitocompli-
cadoporqueeu tenhoum investimentoenorme
naminha rededesupermercadosevocêvai co-
locardomeu ladoumconcorrentequevaipagar
menos impostos.Vocêquermequebrar?”Como
sãocoisasdiferentes,a lógicanosdizque temos
de ter dois pesos eduasmedidas.Não sepode
tratardesigualmenteos iguais,mastambémnão
sepodetratar igualmenteosdesiguais.Eufreioa
concentraçãoestimulandooempreendedorismo
individual. Reduzir a carga tributária fazparte
da lógica.Seessenegóciotendeaconcentrar, in-
duzoadesconcentração, cobrandomenosdele,
o que fará com que ele trabalhe melhor. Não
existeoutra lógicanaconcentraçãodoqueare-
duçãodecustos.AUnitedeaContinental não
precisamestar juntas, oqueessagrande fusão
deempresasaéreasamericanassignificaéque
eles irão reduzir gente, encargosde trabalhoe
custos. Esses profissionais que trabalhavam
nessasgrandesempresassãobonscandidatosa
empreendedores.Eles têmoconhecimentoque
o pequeno empresáriomuitas vezes não tem.
Aquele profissional que trabalha na gerência
da Casas Bahia, por exemplo, vai conseguir
ser um bom empreendedor, desde que seme
dê condições.
GRACIOSO
–
Enfim, o governo tem um
papel importante.
SILVANO
–Sim,porqueogovernoéum indutor,
só ele pode separar e tratar diferentemente as
questõesdos iguais.Opapeldogovernoé tratar
desigualmenteaquestãodos iguais, épegardi-
nheirodeSãoPauloemandarparaoNordeste.
A única solução que conseguimos enxergar, o
nossonível de entendimentonão é oBolsa Fa-
mília.Éevidentequetemosdefazermaisdoque
isso.Éumhorizontemuitopequenomandarum
dinheirinhodaarrecadaçãopaulistaparaoBolsa
Famíliado interiordoPiauí.Dápara fazermais
doque isso, não sejamos tãopequenos!
NAJJAR
–AEscola tem contato comuma
agênciadeBrasília,aAPEX,quefaz justa-
menteisso,ensinaosempresáriosaexpor-
tar.Eaívoltadoparaexportação.Tivemos
um arranjo, eles também trabalham com
arranjoprodutivodemodaearquitetura.
GRACIOSO
–
Osdadosquetenhomostram
queonúmerodepequenasempresasque
exportamnoBrasil é cada vezmenor.
NAJJAR
– A APEX financiou um curso
sobremarcasparaopequenoempresário
entender e valorizar a sua marca para
exportar.Vocêvêcomoparecidoso ritmo
de crescimento da micro e da pequena
empresa?
SILVANO
– Gosto da pequena empresa. Sou
capaz de apostar qualquer coisa que o fatura-
mentovai atéo limitedapequenaempresaeaí
para.Dealgumaforma,oempresáriodiz:“Agora
não cresçoou sonegoumpouquinho,mas não
posso passar disso porque daqui para frente
temumabismoquenãoposso saltar”.Ampliar
esseuniverso levaria rapidamente as pequenas
empresasa faturaremmais.
GRACIOSO
–
Em que regiões do País o
empreendedorismoeapequenaempresa
sãomais evidentes,mais rigorosos?
SILVANO
– Em São Paulo, onde consegui-
mos disseminar o conhecimento commuita
facilidade. O SEBRAE de São Paulo é 40%
do SEBRAE nacional em verba, tamanho e
potencialidade. Issonão é bom, porque é im-
portante que a informação chegue também a
Minas Gerais, no Rio de Janeiro e na Bahia.
Precisamosampliar issoparaoutras fronteiras
ENTREVISTA