entrevista
Revista da ESPM
| julho/agostode 2012
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PJ Pereira
– Lançamos o trailer no
YouTube, durante a Olimpíada de Lon-
dres e o vídeo foi o mais assistido em
todo o mundo, superando até as mar-
cas patrocinadoras dos Jogos Olímpi-
cos. Antes do lançamento, ocorrido
no último dia 16 de agosto, a página já
registrava mais de 6milhões de views.
Esse é um romance, o que faz comque
a ação atinja umpúblicomaior.
Gabi
– Com base nesse tipo de ação,
quais as principais diferenças entre o
mercado anunciante dos Estados Unidos
e o do Brasil?
PJ Pereira
– No Brasil, a maior difi-
culdade está na impossibilidade de
separar mídia de criação, por conta do
poder da TV, damídia impressa. Acon-
quista que o país teve, ao não permitir
essa separação, criou uma forma de
trabalhar que agora engessa a criação
de novas ideias, já que a estratégia
fica muito focada na mídia de massa.
Como nos Estados Unidos se opera
com agências de mídia, as agências de
criação não dependem de uma deter-
minada mídia para ganhar dinheiro,
mas sim de ideias mais inteligentes
do que criativas e que realmente resol-
vam o problema do cliente. Essa liber-
dade para pensar é muito importante.
Muitos reclamamda fase atual da pro-
paganda. Mas, hoje, trabalhar na área
está mais interessante, mais aberto e
desconfortante, já que você não tem
uma fórmula pronta.
Gabi
– Há alguns anos, vocês chegaram
a trabalhar com uma trinca de criação,
em vez da tradicional dupla. Esse modelo
evoluiu, na Pereira
&
O’Dell?
PJ Pereira
– Introduzimos a trinca de
criação porque não tínhamos no mer-
cadomuitos criativos comexperiência
no mundo digital. Então, passamos a
trabalhar com uma dupla tradicional
e um profissional mais técnico. Hoje,
não faço mais isso. Não contrato nin-
guém que não tenha compreensão do
meio digital, até porque o mercado
americano já formou uma geração de
profissionais especialistas emon e off-
-line. Voltei para o formato das duplas,
mas com combinações diferentes.
Dependendo da ação, um designer
pode trabalhar em conjunto com um
redator, um especialista digital pode
formar uma dupla comumcriativo…
“Osegredo está em
pensarnapropaganda
como conteúdoque as
pessoas vãoquererver”