Estratégia
Revista da ESPM
|maio/junhode 2013
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são da infraestrutura energética do
Brasil, tanto para a produção quanto
para o consumo, exige investimentos
e liderança do Estado, podendo o país
contribuir de forma significativa com
os vizinhos sul-americanos.
Com respeito aos Brics, a segu-
rança energética continuará a ter
um papel relevante nas relações
político-econômicas. Na opinião
de Yergin, China e Índia não têm
recursos suficientes para suprir a
demanda energética, em oposição
ao Brasil e à Rússia. Já a África do
Sul tem significativa dependência
do carvão e os investimentos apon-
tam na direção das fontes renová-
veis. Levantamentos do Conselho
Empresarial Brasil-China (CEBC) e
do Ministério do Desenvolvimen-
to, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC) apontam que os resultados
entre Brasil e China continuam sen-
do mais expressivos para o mercado
brasileiro, em termos de comércio
internacional, que é dependente
da ampla exportação de
commodi-
ties
brasileiras e da importação de
manufaturados chineses. A Rússia
lidera a produção mundial de gás
natural e detém uma posição de des-
taque na produção de petróleo bruto. A segurança ener-
gética russa é uma prioridade que vai além da agenda de
seus consumidores, representando mais de 70% de suas
exportações totais.
Emuma breve evolução da literatura a respeito do tema,
Özgür Özdamar, em
Security and foreign policy
(Univer-
sity of Economics and Technology, Ankara, 2003), bem
como Leigh Hancher e Sally Janssen, autores de
Shared
competences and multi-faceted concepts — European legal
framework for security of supply
(Oxford University Press
Inc., 2004), observam que a segurança energética pode
ser definida como uma condição na qual uma nação, seus
cidadãos e a indústria têm acesso a recursos de energia
a preços adequados e livres de riscos que fazem parte do
arcabouço energético.
Catherine Redgwell, que junto com Barry Barton, Anita
Ronne e Donald Zillman editou
Energy security: managing
risk in a dynamic legal and regulatory environment
(Oxford
University Press, 2004), sublinha que “a insegurança” pode
surgir por várias razões, como instabilidade geopolítica,
desastres naturais, terrorismo ou falta de investimentos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a segurança energética
foi definida como a segurança de abastecimento, incluin-
do as preocupações oriundas da crise do petróleo na déca-
da de 1970. Emmeados dos anos de 1980, devido aos avan-
ços tecnológicos no setor, a atenção tambémse voltou para
questões ambientais, como detalha Francis McGowan,
no artigo “Energy policy”, publicado no livro
The European
Union and national industrial policy
, editado por Hussein
KassimeAnandMenon (Editora Routledge, 1996).
Asegurança energética ganha relevânciana agenda
política e econômicadosBrics, vistoque o acrônimo
representa aproximadamente 43%dapopulação
global e 18%doPIBnominalmundial
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