Macroeconomia
Revista da ESPM
|maio/junhode 2013
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dos inteligentes e computação em nuvem.”
O investimento tem relação direta com o
potencial doBrasil, que desde o anopassado
ocupa a posição de terceiro maior mercado
de computadores pessoais do mundo. “Os
fundamentos econômicos brasileiros fazem
com que o país vivencie um ciclo de desen-
volvimento contínuo, com crescimento do
PIB, reservas internacionais de US$ 230
bilhões, um sistema financeiro estável e
importantes conquistas sociais. Todos esses
fatores, aliados a programas de distribui-
ção de riqueza efetivos, criam um clima
favorável para o crescimento de negócios”,
avalia Long, ressaltando que o mercado de
TI representa 4%doPIBbrasileiro, enquanto
em países mais avançados esse índice che-
ga a 6%. No entanto, dados da Associação
Brasileira de Empresas de Tecnologia da
Informação e Comunicação (Brasscom), o
segmento deverá chegar a 6% do PIB nacional até 2020.
“De acordo comas previsões da consultoria IDC, até 2015,
o Brasil será o quarto maior mercado de tecnologia da
informação (TI) do mundo, atrás somente dos Estados
Unidos, China e Japão”, comenta o presidente da Intel
para a América Latina.
Uma partida de US$ 22,2 bilhões
Bem longe dos gramados verde-amarelos, muitos brasi-
leiros seguem os passos do craque Neymar e vão para o
exterior. Nos quatro primeiros
meses do ano, US$ 8,137 bi-
lhões foram gastos em viagens
internacionais — valor 13,2%
acima do registrado nomesmo
períododoanoanterior. Assim,
oBrasil caminha para umnovo
recorde, que neste ano deverá
superar os US$ 22,2 bilhões
deixados no exterior pelos bra-
sileiros em 2012.
Qual é a jogada que está por trás desses números? O
sonho da nova classe média brasileira, que aparece re-
tratado no comportamento das mães de primeira viagem
que lotam as lojas de Miami para comprar o enxoval da-
queles que serão o futuro da nação. Esse sonho é também
o pesadelo demuitos economistas, que fizeramas contas
e concluíram: o brasileiro está ganhando mais e também
gastandomais, principalmente, noexterior. Essaéaponta
de um iceberg que esconde a demanda reprimida de um
povo que sente no bolso o peso dos impostos e que, cada
vezmais, tenta comprar oqueomundooferecedemelhor,
mais moderno e de menor custo.
O indicativo aparece expressonos números do Impostô-
metro, produzido pela Associação Comercial de São Paulo
(ACSP): no Brasil, os tributos consomem os primeiros 150
dias de trabalho; os impostos representaram 36% da pro-
dução nacional em2012; o país temhoje 63 tipos de tributo.
O Brasil apresenta uma das mais altas cargas tributá-
rias domundo,mas, emvez de reclamar, aqueles que têm
condições financeiras preferem viajar. Na contramão de
nossos gastos recordes no exterior, em 2012, os turistas
estrangeiros deixaramUS$6,5 bilhões nopaís. Acifra re-
presentamenos de 30% do valor gasto pelos brasileiros lá
fora e umdeficit deUS$ 16 bilhões para o setor de viagens
internacionais, no último ano.
De acordo com o Banco Central, de janeiro a abril de
2013, a disparidade entre o que opaís gastou comviagens
Steve Long, presidente da Intel naAmérica Latina: ”Em2012,
a Intel completou25 anos noBrasil e criouumnovo plano de ação
para acelerar os investimentos no país”
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