Revista ESPM - maio-jun - Brasil Assombrado. Que caminho seguir. - page 97

maio/junhode2013|
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dominantes locais ou a concorrentes neocoloniais, como
a França e outros países ocidentais. A primeira Guerra do
Golfo preparou caminho para a transformação deste neo-
colonialismo, com uma pluralidade de concorrentes, tais
como a França e a Inglaterra.
Emumcontextomonopolistadedominaçãoamericana,
os Estados Unidos reivindicam um novo status imperial.
E, quanto à ordem colonial, em vez de ser substituída por
independência, liberdade e igualdade, resultou em uma
nova ordem imperial: os ingleses ainda possuemasminas
dediamanteemSerraLeoa;asminasbolivianasaindaestão
emmãosdemultinacionais,queseopõemferozmenteàsua
nacionalizaçãopretendidapelopovoboliviano;enaNigéria
o petróleo ainda é controlado por empresas petrolíferas
transnacionais, como detalhamUgoMattei e Laura Nader
nolivro
Pilhagem: quandoo estadode direito é ilegal
(Martins
Fontes, 2013).
A alta concentração de poder militar nas mãos de uma
únicasuperpotênciaparecetertransformadoascondições
competitivasnasquaisoestadodedireito foi desenvolvido
nas colônias. As diretrizes econômicas e políticas organi-
zam-se em torno de instituições de BrettonWoods (Banco
Mundial e FMI) e são conduzidas por outras entidades sem
responsabilidade política formal, como a Organização
Mundial doComércioouoG8.Ouso intransigenteda força
militar, consolidando essa ordem hegemônica neoliberal,
faz-se acompanhar cada vezmais por uma retórica centra-
da em circunstâncias excepcionais, tais como a guerra ao
terror e a crise energética.
A pergunta é: como extrair mais petróleo sem colocar
em perigo a supremacia americana? Os neoconserva-
dores passaram a praticar um intervencionismo sem
complexos depois da queda da União Soviética. Eles
nunca aceitaram a decisão do presidente George Bush
(pai), em 1991, durante a primeira Guerra do Golfo, de
não derrubar Saddam Hussein. Em uma carta aberta ao
presidente Bill Clinton, inspirada por seu Projeto para o
Novo Século Americano (PNAC, na sigla em inglês), eles
preconizavam, desde 1998, uma mudança de regime no
Iraque. Muitos dos que assinaram o PNAC se encontra-
ram, a partir de 2001, nas equipes da nova administração
republicana, afirma Jean-Pierre Séréni no artigo “Ecos de
uma guerra por petróleo”, publicado na revista
Le Monde
Diplomatique Brasil
, emmarço de 2013.
A instrumentalização das identidades no jogo das
grandes e pequenas potências é velha como o mundo.
IlhasMalvinas é palco de
umconflito entreArgentina
eReinoUnido que já dura
mais de 30 anos
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