maio/junhode2013|
RevistadaESPM
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campo e a todos os aspectos referentes ao ambiente ru-
ral. Não gosta demúsica sertaneja, festas rurais, rodeios
e do estilo country. Acredita que o campo é atrasado.
Formado por 12% dos entrevistados, este grupo não sabe
viver sem o conforto proporcionado pelos eletroeletrô-
nicos. Seu oposto é a
turma da malhação
, que pratica
esporte regularmente e gosta da natureza. Homens com
idade entre 25 e 49 anos, solteiros e com renda mensal
entre três e cinco salários mínimos, compõem esse
grupo, que prefere consumir produtos nacionais, mas
não gosta de rodeios ou festas com música country e
representa 11% dos respondentes.
Por último, aanálise fatorial identificouos
workaholics
como sendo omenor grupo da amostra, comapenas 4%da
populaçãopesquisada. Constituídopor homens, comidade
superior a 25 anos, esse público tem baixa escolaridade
e menor renda mensal. Valoriza o trabalho, não gosta de
praia nemda vida no campo, nãopratica esportes e afirma
não ter tempo para cuidar de animais domésticos.
A formação da agrossociedade
A pesquisa permite e cria um marco histórico signifi-
cativo, tanto para as relações da cidade com o campo
quanto do campo com a cidade. A pesquisa revela que
o novo cidadão e consumidor urbano, pesquisado nas
12 mais populosas cidades do Brasil, tem vínculos
culturais e conexões prazerosas com o campo, porém
não pensa em morar na zona rural. Ao contrário, o que
espera é que esse campo venha para a porta da sua
casa, na sua cidade. Se Zé Rodrix, compositor de
Casa
no campo
tivesse que reescrever seu grande sucesso
musical com base nesta pesquisa, a letra famosa grava-
da por Elis Regina seria mudada. No lugar de “eu quero
uma casa no campo” entraria um sonoro “eu quero um
campo em casa”. Isso oferece um posicionamento novo
de visão para profissionais de marketing atuando no
“pós-porteira das fazendas” (agroindústria, varejo e
serviços de alimentos, bebidas e derivados do campo),
onde a origem, a natureza e o estilo puro de vida são
desejados nas percepções dos produtos consumidos na
cidade. Este estudomostra ainda que informações como
sustentabilidade e respeito a quem produz e à natureza
ganham cada vez mais valor nos diferenciais e nas es-
colhas dos consumidores urbanos.
Para o marketing dos produtores rurais e da produ-
ção agropecuária, fica evidente que a cidade grande
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