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produtospormeiodeumaproduçãomodularizada.Outro

fator que premia a flexibilidade na decisão de produção

é o ciclo de vida cada vez mais curto dos produtos. Isso

cria situações de ruptura na demanda, seja para mais,

seja paramenos, tornando necessária a rápida alteração

de design dos produtos. Todos esses fatores podem ser

levados em consideração no momento de precificar um

projeto, coisa que é feita de forma natural se foremutili-

zados os instrumentos de análise típicos da teoriafinan-

ceiradas opções. Por lidar comprojetos “reais”, emvez de

ativos financeiros puros, essa técnica de precificação de

projetos é denominada de

método das opções reais

.

Sua vantagem, portanto, está na ampla literatura e

exemplos que existem a respeito da teoria e aplicações.

Todateoriafinanceiradas

calls

e

puts

podeserrapidamente

transplantada para o ambiente decisório de um projeto

de infraestrutura logística, a operação de uma cadeia de

suprimentos ou ambas as situações aomesmo tempo. A

desvantagem é que a estimativa dos parâmetros neces-

sários para utilizar o método das opções reais pode ser

difícil. Demaneira geral, são necessárias informações a

respeito da variabilidade dos resultados futuros, de pre-

ferência tendocomobasesituações similaresnopassado,

para que a teoria estatística subjacente aométodo possa

ser utilizada. Essaobtençãopode tornar-seproblemática.

Mesmo assim, sua utilização traz grandes benefícios em

termos de compreensão do problema e antecipação de

resultados por parte das equipes gerenciais envolvidas.

O método das opções reais

Para entender como a analogia pode ser aplicada aos

projetos nomundo real, compare o universo das opções

financeiras (

calls

e

puts

) comuma decisão de participar

ou não no aumento da capacidade de umterminal ferro-

viário. Adecisão de adesão pode ser tomada demaneira

imediata ou depender do resultado de umprojeto piloto.

A escolha de participar diretamente do projeto princi-

pal equivale à aquisição de umativo financeiro nomer-

cado à vista. Assim que realizamos a compra, ficamos

comprometidos com ele (para o bem ou para o mal) em

um longo horizonte de tempo. Outra possibilidade seria

participar do projeto piloto e, dependendo do resultado,

tomar adecisãode aderir ounãoàproposta inicial. Como

essa decisão será tomada apenas no futuro, a situação é

equivalente à aquisição de uma

call

. Isso nos leva à per-

gunta: qual é o preço do projeto piloto (isto é da

call

) que

nos torna indiferentes em relação à decisão de investir

agora (pagando S) ou daqui a um ano (pagando

X

)?

O valor a ser gasto pela empresa no futuro é o preço

de exercício de nossa opção, o qual será chamado de

X

.

Vamos supor que esse preço seja de R$ 105 milhões. O

valor dos ativos, isto é, a capacidade total de geração de

receitas deles, é de R$ 100milhões e aqui será represen-

tadopor S. Emprincípio, este seria umcaso elementar de

rejeitar a proposta, pois para umvalor deR$100milhões

existiráumcustoassociadodeR$105milhões, tornando

o valor líquido da proposta negativo (pois

S — X

< 0).

Tabela 2 – Tabela de precificaçãode uma

call

– Valores

obtidos por simulação

finanças

Revista da ESPM

|março/abril de 2014

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