janeiro/fevereirode2014|
RevistadaESPM
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Paciência,generosidade
esolidariedade
Por Arnaldo Comin
Foto: Divulgação
“E
u tenho aquilo que se chama esperança ativa. Aquela que se
vai buscar e que não fica esperando.” É assim, sem esconder
uma grande dose de otimismo, que se define Mario Sergio
Cortella, umpersonagem incomumdentro domeio acadêmico
brasileiro. Prestes a completar 60 anos, Cortella já fez um pouco de tudo desde sua
infância emLondrina, no Paraná.
Passou pela vida monástica emum convento, até que decidiu se dedicar aomundo
dos livros, abraçandoafilosofiaea teologia. Éprofessor titular de teologiaeciênciasda
religião da PUC-SP desde 1977 emilitante da causa da educação. Na política, foi secre-
tário de Educação da Prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina (1989-1993),
por quemnutre enorme admiraçãodevido à sua postura éticana política.
Autor de diversos livros, consultor e palestrante requisitado, Cortella temna ética
um de seus temas preferidos. Tanto que sua próxima obra, em parceria com o advo-
gado e jornalista Clóvis de Barros Filho, a ser lançada em março, tem como título
Ética e vergonha na cara
. “O livro não fala só sobre ética na política, mas tambémem
como devemos tratá-la no cotidiano, embenefício das pessoas”, destaca o autor.
Foi um pouco sobre moral, “vergonha na cara” e Black Blocks que girou esta en-
trevista concedida à
Revista da ESPM
. Comunicador nato, com voz de locutor, Cor-
tella reconhece que nossos valores como nação passam por ummomento crucial,
mas enxerga uma luz no fimdo túnel. Para o filósofo, a mudança vai ganhar fôlego
quando três valores que já tivemos no passado — solidariedade, paciência e genero-
sidade — resgatarem nosso espírito de comunidade. “Em 30 anos de democracia, o
Brasil avançoumais do que em toda a sua história e o brasileiro está cada vezmais
ciente de seus direitos. A novidade não é mais a corrupção, mas a apuração. Não é
mais a sujeira. É o início da limpeza.”