Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  33 / 136 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 33 / 136 Next Page
Page Background

janeiro/fevereirode2014|

RevistadaESPM

33

Paciência,generosidade

esolidariedade

Por Arnaldo Comin

Foto: Divulgação

“E

u tenho aquilo que se chama esperança ativa. Aquela que se

vai buscar e que não fica esperando.” É assim, sem esconder

uma grande dose de otimismo, que se define Mario Sergio

Cortella, umpersonagem incomumdentro domeio acadêmico

brasileiro. Prestes a completar 60 anos, Cortella já fez um pouco de tudo desde sua

infância emLondrina, no Paraná.

Passou pela vida monástica emum convento, até que decidiu se dedicar aomundo

dos livros, abraçandoafilosofiaea teologia. Éprofessor titular de teologiaeciênciasda

religião da PUC-SP desde 1977 emilitante da causa da educação. Na política, foi secre-

tário de Educação da Prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina (1989-1993),

por quemnutre enorme admiraçãodevido à sua postura éticana política.

Autor de diversos livros, consultor e palestrante requisitado, Cortella temna ética

um de seus temas preferidos. Tanto que sua próxima obra, em parceria com o advo-

gado e jornalista Clóvis de Barros Filho, a ser lançada em março, tem como título

Ética e vergonha na cara

. “O livro não fala só sobre ética na política, mas tambémem

como devemos tratá-la no cotidiano, embenefício das pessoas”, destaca o autor.

Foi um pouco sobre moral, “vergonha na cara” e Black Blocks que girou esta en-

trevista concedida à

Revista da ESPM

. Comunicador nato, com voz de locutor, Cor-

tella reconhece que nossos valores como nação passam por ummomento crucial,

mas enxerga uma luz no fimdo túnel. Para o filósofo, a mudança vai ganhar fôlego

quando três valores que já tivemos no passado — solidariedade, paciência e genero-

sidade — resgatarem nosso espírito de comunidade. “Em 30 anos de democracia, o

Brasil avançoumais do que em toda a sua história e o brasileiro está cada vezmais

ciente de seus direitos. A novidade não é mais a corrupção, mas a apuração. Não é

mais a sujeira. É o início da limpeza.”