de manipulação deste tipo de carga parou de crescer,
apesar da tendência mundial de migração de outros
tipos de carga para a carga conteinerizada. De fato,
desde a inauguração do TECON - Terminal de
Conteineres, em 1981, não houve nenhum grande
aporte de recursos no sentido de capacitar o Porto
de Santos para lidar com a tendência mundial e
sempre c r escen te de manipulação de carga
conteinerizada.
Um levantamento dos equipamentos utilizados
nos processo de manipulação de carga no Porto de
Santos nos proporciona um quadro desta ausência
de investimentos e nos mostra que grande parte da
tecnologia empregada nos processos de manipulação
de carga está bastante aquém da que se espera do
ancoradouro mais importante da América Latina.
Isto nos leva a questionar a validade de análises
compa r a t i vas, pr i nc i pa lmen te nos meios de
comunicação, de desempenho entre os portos
brasileiros e alguns dos principais portos de outros
países, pois não podemos comparar desempenho e
produ t i v i dade a partir de uma grande
heterogeneidade de capital intensidade e atualização
tecnológica.
Os dados a seguir ajudam também a entender
a estabilização dos volumes referentes à quantidade
de carga conteinerizada e manipulada, contrariando
a tendência mundial de crescimento de carga desta
natureza, e a conseqüente ineficiência associada à
manipulação de carga pelos padrões tradicionais, em
comparação aos novos padrões determinados pela
manipulação de carga conteinerizada em terminais
especializados.
Os dados são os seguintes
8
:
de 30 anos (38,5%), e apenas um terço destes
equipamentos possui menos de dez anos de uso.
A realidade é ainda mais crítica para os
guindastes elétricos da CODESP, que não podem
ser utilizados com recursos de "grab"(48,6% com
mais de 30 anos). Em termos percentuais o quadro
pode ser visualizado a seguir.
A maior parte dos guindastes elétricos da
CODESP que podem ser utilizados com recuros de
"grab" (pá coletadeira em forma de cunha, utilizada
para manipulação de granéis sólidos) estão com mais
Relações de trabalho nos portos:
"Enxugamento", mudanças nas
qualificações requeridas e terceirização
COUPER( 1986) afirma que os trabalhadores,
portuários podiam ser classificados anteriormente
como desqualificados ou semi-qualificados. Após o
advento das novas tecnologias estes trabalhadores
passaram a ser classificados como desqualificados
ou altamente qualificados.
Apesar de haver ainda tarefas repetitivas nos
sistemas de conteineres, há também trabalhos que
exigem alta qualificação, iniciativa e raciocínio
rápido, e do qual dependem a velocidade e a
segurança de operações altamente dispendiosas,
bem como uma complexa cadeia de transportes.
COUPER(1986) registra que, em pesquisa
realizada em 44 portos de todos os continentes, o
número total de trabalhadores operacionais, que era
de 201.958 em 1970, passou a 144.083 no início dos
anos 80, uma redução média de 28,7%. Para os
países desenvolvidos a queda média foi de 30%, e
para os países em desenvolvimento de 15,7%. Ele
atribui essa d i f e r ença nos países em
desenvolvimento à legislação ou pressão sindical,
ou a ambos os fatores.
Como cons eqüênc ia da mudança dos
processos de trabalho, o trabalhador polivalente tem
sido aceito já em vários portos. Segundo