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Constatada a procedência, fruto de um

extravio, e após regularizar a situação, o cliente

retorna para a empresa, consulta se realmente

o cartão estava bloqueado

e mesmo ante a

negativa pede uma confirmação da liberação

do cartão pois havia feito uma compra no dia

anterior.

Resposta: tudo bem, seu cartão não está

bloqueado! A seqüência, vocês podem imaginar!

Cartão bloqueado, pagamento compro-

metido da compra anterior, mil desculpas e um

fato de somenos importância: o cliente teria que

esperar quatro dias para o desbloqueio!

Muitas empresas ainda hoje confundem

processos com procedimentos ou, o que é pior,

acreditam que por um dia terem tido processos

definidos, estes estão em ação e atendem os anseios

de seus clientes.

Por que processos?

Processos são o contrário da burocracia, são

veículos, canais mais ágeis e possíveis de serem

operados por diferentes funcionários, mantendo-se

um mínimo de fidelidade à intenção de sua criação.

Em outras palavras, são as vias expressas

pelas quais as necessidades dos clientes são

atendidas, mantendo-se um padrão (repetitível) de

operação, coerente com o posicionamento de Mar-

keting da empresa e produtos.

Entretanto, processos requerem atenção,

envolvimento, vontade política para implantação e

manutenção, e atualmente existem ótimas fer-

ramente para suportar e facilitar a execução desta

tarefas.

Quando a ordem dos tratores altera o viaduto

Uma visão mais moderna é a que defende a

necessidade da reconstrução (em certos casos a

própria construção) dos processos a partir das

verdadeiras necessidades e expectativas dos

clientes, contrapondo-sé ao ajeitar dos processos

existentes. Acomodando-os como possível aos

requisitos dos clientes e, em geral, mantendo

centralizado e distante da ponta o controle e poder

sobre as ações.

Mais do que centrar a construção dos

processos nos clientes, estes deverão ser construídos,

considerando-se algumas condições básicas:

• Processos construídos "pelos clientes"

• Participação e envolvimento dos afetados na

definição dos processos

• Diferenciação e proteção contra a concorrência

• Uso da tecnologia como fator de diferenciação

e produtividade

• Coerência com o posicionamento da organização.

Processos construídos "pelos clientes"

Os processos devem ser construídos de trás

para frente, ou seja do cliente para a organização.

Num raciocínio simplificado, é como se o

prórprio cliente, a partir das suas necessidades e

expectativas, estivesse escrevendo processos que o

atendessem.

Suponha que ao se projetar um novo processo

de faturamento, em vez de se fazer o convencional

que é: dado os nossos sistemas, necessidades de

prazo, campos e formatos disponíveis, o processo

será X e nele procuraremos refletir as necessidades

de nossos clientes, fizéssemos um processo Y que

partiria das necessidades dos clientes e que refletiria

também as necessidades internas da empresa.

A organização toda estaria então se

acomodando a estes processos. Afinal, não é a razão

da existência das empresas atender as necessidades

dos clientes através de produtos e serviços?

É muito diferente de projetar um processo,

considerando-se as necessidades de informações,

funções e sistemas da empresa e que por fim atenda

ao cliente.

Participação e envolvimento dos afetados

na definição dos novos processos

Os novos processos devem ser construídos

por representantes das áreas afetadas para que haja

envolvimento e oportunidade de se gerar um

processo "desejado", que concentre ao máximo os

interesses e necessidades de cada área.

Vale a pena lembrar que processos são

horizontais, cruzando várias funções, e não são

processos desta ou daquela função (verticais).

Este entrelaçamento facilita a venda do

processo e o treinamento dos demais envolvidos.

E uma forma de gerar a propriedade pelo

processo, ou seja, não se trata de mais um

processo construído por quem não vai estar lá para

conviver com ele, no dia a dia.