Seria um trabalho de crítica, porque a essa
sim é que cabe o papel de analisar a emoção
despertada (ou não) pela obra de arte. Sem dúvida
alguma não passaria pela cabeça de ninguém, nem
na de Doc Comparato, cobrar de Leonardo da Vinci
o fato de a Mona Lisa, com seu sorriso inescrutável,
não analisar a emoção que, ao longo dos séculos,
vem despertando nos que a contemplam.
Finalmente, caberia uma consideração
quanto à imputação de ausência de originalidade
atribuída aos criativos, para finalizar com o
trabalho à la Jack, o Estripador.
Não é o fato de se reciclar coisas que
caracteriza a ausência de originalidade, mas sim
como se combina ou se trata de tais 'coisas'.
Depende, inclusive, do contexto.
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Poucos negariam a Andy Warhol a
originalidade em reciclar a embalagem da sopa
Campbell's ou a Roy Lichtenstein em reciclar
comics.
Ou a Marcel Duchamp, ao elevar objetos
comuns, em seus
ready-mades,
ao
status
de arte.
E quanto à originalidade dos criativos
brasileiros, esta já foi passada em julgado por mais
de um tribunal internacional.