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Tanto o estoicismo como o epicurismo não

davam valor à política e à moral social.

Ética Cristã ou Religiosa

O Cristianismo tornou-se no séc. IV a religião

oficial de Roma, impondo seu domínio, sua ética e

moral de cunho religioso durante 10 séculos. E a ética

cristã pode ser definida como o conjunto de verdades,

mandamentos e condutas revelados de Deus e segui-

dos pelos homens para a obtenção da salvação.

Há uma superioridade do divino, ficando a

igualdade e a justiça transferida para um mundo

ideal e sobrenatural, ocorrendo isso principalmente

na época Medieval. A ética é limitada pelos parâ-

metros religiosos que também subordinam a

filosofia, é a época da ética teocrática e teológica.

Ética Moderna:

séc. XVI até o começo do séc. XIX.

É a ética predominante do séc. XVI até o

começo do séc.XIX, quando apareceu a tendência

antropocêntrica. Nesta fase ocorrem as reformas,

destruindo-se a unidade cristã, houve grandes mu-

danças econômicas também e o surgimento de uma

nova classe dominante: a burguesia. Surgiram os

Estados modernos centralizados.

A Revolução Francesa valoriza o homem e,

como conseqüência de todas essas mudanças, há

uma separação da filosofia da teologia; da natureza

de Deus; do Estado da Igreja e do homem de Deus.

Com a valoração do homem surge, então, o

antropocentrismo ético, principalmente na filosofia

de Kant -1724 a 1804, para quem o homem com sua

consciência moral é criador e está no centro do

conhecimento. O homem é legislador de si mesmo.

Ética contemporânea: séc. XIX e XX.

Nesta fase, a ética apresenta uma reação ao

formalismo e racionalismo de Kant e Hegel, surgindo

o existencialismo de Kierkegaard ( 1813-1855 ),

amplamente divulgado por Jean Paul Sartre,

caracterizado pelo grande ativismo, individualismo e

libertarismo radical, tendo estes como regras morais.

Charles Darwin, com sua teoria evolucionista,

coloca o homem na condição de ser evoluindo com outros

seres, tendo como ancestrais os grandes antropoídes.

Quanto a Karl Max, conforme Oliveira

(1993), criou ele uma atividade alternativa como

primazia na dimensão comunicativa da vida

humana, havendo uma verdadeira integração so-

cial. A ética social dirigindo a realidade econômica

(pág.278/280), formando, a ética e moral, a estru-

tura ideológica, cumprindo a função social. Homem

criando justiça social-ética. Há, ainda, a tendência

de se considerar ética a tarefa de construção de

nossa sociedade, não podendo estar fora da esfera

ética a parte econômica, pois é conseqüência da

racionalização social (Oliveira, 1993-pág. 168/169).

Portanto, a ética também tem relação com a economia,

conforme entendimento dos referidos autores.

Para o movimento idealista alemão, que teve

o apogeu com Jorge Guilherme Hegel (1770-1831),

a moral e a ética internacional mereceram pouco

respeito e consideração. Esse movimento considera

a personalidade do Estado nacional superior ao in-

divíduo, havendo a influência do ideal grego da exis-

tência do cidadão em função do Estado. A ética, em

suma, é imposta pela norma do Estado, existindo uma

negação de uma moral internacional (Gettell, 1941).

Já para os idealiastas ingleses, que tiveram

em T. H. Green (1836-1882), sua maior expressão,

há uma unidade ética com a fusão do indivíduo e o

Estado, rejeitando-se os princípios morais de

Rousseau, tendo na política um sentido moral uni-

versal. A lei deriva da vontade moral dos cidadãos.

Indivíduo e Estado têm obrigações morais e éticas

(Gettell, 1941).

Portanto, também neste período do século XIX,

a moral e a ética são colocados ora em destaque

universal, ora como conquistas de certas nações, va-

riando conforme as concepções filosóficas. Contem-

poraneamente, há várias outras correntes éticas, que

em geral libertam a ética do domínio da metafísica,

concentrando-se na análise da linguagem moral.

Podemos citar, ainda, G. E. Moore (1903),

filósofo intencionista, para quem o homem é certo

só por sua intuição, e Alfred J. Ayer (inglês),

filósofo positivista lógico. Os termos éticos só tem

significado emotivos. As proposições morais

carecem de valor científico.

Conclusão histórica

Atualmente, ante as correntes intuitivas,

positivas e analíticas, a ética foi reduzida à análise