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da linguagem moral, abstraindo-se as questões

morais. Resultado disso, a moral e a ética perderam

significado social, dando-se importância à obtenção

finalista do sucesso pessoal e material a qualquer

custo.

A ética ficou reduzida a preceitos deli-

mitadores das relações profissionais (códigos

éticos), restando a ética normatizada apenas e

direcionada às profissões. Não há mais uma ética

universal. Passamos, assim, por uma crise ética e

moral, faltando uma orientação ética geral.

A ética, como nós conhecemos, ciência da

moral, está relegada a um plano inferior social,

deixando de ser uma orientadora do comportamento

humano como dantes.

Uma nova filosofia: ecocêntrica

Desde o seu aparecimento como espécie

inteligente, o ser humano vem interferindo

sistematicamente no meio ambiente, degradando-o

cada vez mais. A partir do século XIX, prin-

cipalmente com a Revolução Industrial, surgiu um

grande avanço tecnológico, ocorrendo uma grande

explosão demográfica com conseqüências nefastas

ao ambiente em todo globo.

Segundo Aristóteles: "Há um limite para o

tamanho das nações, assim como não há limite para

outras coisas, plantas, animais, instrumentos; pois

nenhuma delas retêm seu poder natural quando é

muito grande, ou muito pequena; ao contrário, ou

perde inteiramente sua natureza, ou se deteriora".

As palavras do grande sábio grego mostram-

nos que na sua longínqua época alguém tinha uma

visão cósmica do problema do crescimento das

civilizações.

No correr dos séculos, a civilização humana

foi se expandindo gradativamente por todo o globo

terrestre, sendo esta expansão de certa forma regu-

lar, mas o desenvolvimento tecnológico havido nos

últimos cem anos, principalmente, propiciou o

surgimento de novas técnicas da medicina, o que

resultou numa queda de índices de mortalidade,

aumentando a população mundial em vista do

desequilíbrio do binômio nascimento/morte.

As s im, quase no final do século XX,

experimentamos gravíssimos problemas decorrentes

da explosão demográfica como: mundialização da

pobreza e da fome, descontrole dos meios de

produção alimentar, degradação cultural, entre

outros, o que vem impossibilitando nações inteiras

de se manter, levando-as aos limites da

sobrevivência.

Dessa forma, podemos constatar que a própria

evolução científica do homem o está levando a uma

crise de existência sem precedentes na sua história,

encurralando-o em seu próprio mundo.

Somente com estudos p r o f undos e um

planejamento sério de desenvolvimento com

atenção específica da problemática popula-cional,

poderá o ser humano conhecer o seu limite de

crescimento e, assim, evitar que a civilização

moderna ultrapasse a sua capacidade de expansão

e entre em colapso. Mas, apesar de o planeta Terra

estar no limiar desse colapso, ainda é tempo de

refletirmos sobre as palavras do grande filósofo

grego, modificando o nosso comportamento e

tomando o rumo que nos permita sobreviver

enquanto espécie.

Devemos, observar, também, que toda so-

ciedade é responsável pela degradação ambiental,

pois o rico polui com sua atividade industrial,

comercial etc; o pobre polui por falta de condições

econômicas de viver condignamente e por falta de

informações, já que a maioria é semi-anafabeta; e

o Estado polui por falta de informações ecológicas

de seus administradores, gerando uma política

desvinculada dos compromissos com o meio

ambiente.Isto tudo, somado aos novos conhe-

cimentos científicos que concluem que o homem

faz parte da natureza como vemos, por exemplo,

na teoria evolucionista de Darwin, pela qual a raça

humana tem origem no mesmo ancestral dos

grandes macacos e evolui como todos os demais

seres sobreviventes, e ainda a teoria de Gaia (do

grego, terra) de Lovelock, para a qual a Terra é um

ser vivo que pulsa em vida plena com todos os seus

seres (Sahtouris, 1991), incluindo o homem em

igualdade de condições, fez surgir a necessidade

de o ser humano rever a sua ação predatória e

conseqüentemente seu comportamento integral. Isto

faz também com que a visão antropocêntrica que

rege a conduta humana, tendo o homem como

centro do universo, comece a perder força.

A ética antropocêntrica, principalmente

decantada por Kant, que orientou e deu base para

as doutrinas posteriores, e que estuda o

comportamento social dos homens entre si, levando-