janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
83
energia
percapita
naChina (emkgde
petróleo) erade1.319, enquantona
OCDE correspondia a 5.456; e, nos
EUA, 7.924; as emissões
per capita
na China alcançaram 4 toneladas
métricas de CO
2
, enquanto as da
OCDE totalizaram12easdos EUA
20; o consumo de energia elétrica
per capita
daChinachegoua1.783
(em KWh), enquanto naOCDE al-
cançou 9.792 e nos EUA 13.701.
Portanto, háumagrandeassimetria
no consumode energia e emissões
de poluentes nos países centrais,
emborao ritmodecrescimento seja
maior nos países periféricos, como
China, devido àmodernização.
A problemática
energético-ambiental
chinesa
Apremissa fundamental daaborda-
gem que propomos é que as con-
tradições não são anomalias, mas
condições necessárias às transfor-
mações ligadas às experiências
de desenvolvimento em geral.
Por isso, o desenvolvimento não
é um paraíso de estabilidade,
bem-estar e paz, mas um pro-
cesso doloroso, repleto de pri-
vações, conflitos e inquietações
(RANGEL, 2005, p. 41). Isto é, o
desenvolvimento é um processo
necessariamente contraditório.
É, portanto, ilusão achar que o
desenvolvimento na China será
diferente do experimentado por
outros países.Odesenvolvimento
chinês está repleto de contradi-
ções, desequilíbrios e problemas,
cujos desafios e oportunidades
encontram-seno aprofundamento
do próprio desenvolvimento. Na
China, as suas transformações
manifestam-se emmuitas esferas:
o aumento da renda relativa e
absoluta, a alteração da estrutura
ocupacional da população, o ex-
pressivoprocessodeurbanização,
a transição demográfica, o de-
senvolvimento de uma economia
mercantil, a maior integração à
economiamundial etc.
Como já abordamos (PAUTASSO,
2009a, p. 25), as equações ener-
gética, econômica e ambiental da
China são, cada vez mais, uma
questão tanto nacional quanto
global.Odesenvolvimentoamplia
a demanda por recursos ener-
géticos, mas, ao mesmo tempo,
é precondição para o progresso
técnico, fundamental à promoção
de alternativas energéticas. O di-
lemanaChina torna-semais grave
porqueaelevaçãodonível devida
dá-seemumpaís cujacarênciade
recursosnaturais soma-seao tama-
nhodapopulação.Alémdoque, a
î
1990 1995 2000 2005 2008
Crescimento econômico
edoconsumode energia
PIB (trilhões-U$) PNB (PPP) Energia (mtoe)
696
356
903
932
728
1.783
974
1.198
2.940
2.235
1.583
5.339
7.984
4.326
1980
Fonte: BPStatistical Review ofWorldEnergy 2009.
* Trata-se de energia primáriamedida emmilhões de toneladas equivalentes de petróleo (mtoe). Por energia primária
compreendem-se apenas combustíveis comercializados – excluídos, portanto, madeira, turfa e resíduos animais, bem
como eólica, energia solar e geotérmica.
Matriz energética* (2008)
Petróleo GásNatural Carvão Nuclear Hidrelétrica
16;
1%
132;
7%
1406;
69%
72;
4%
375;
19%
