Márcio
Utsch
77
julho
/
agosto
d e
2 0 0 6 – Revista da ESPM
esta ponte, estar do lado de cá e do
ladode lá.
Rui
– O distribuidor francês, o Em-
manuel, é um francês casado com
umabrasileira,passam fériasnaBahia,
asóciadele,umamoça linda francesa,
mas amãe é brasileira então ela fala
português comonós; naGrécia, uma
moçagrega–sóquenasceunaGrécia
e foi criadanoBomRetiro...
JR
– Gostaria de saber se são só as
Havaianas ou já têm um segundo
produto, para mercados internaci-
onais?
Márcio
– Claro, Topper. A marca
Topper, no Japão, é um sucesso
enorme–ecomumaestratégiadiferen-
ciada também. Lonas, a gente vende
muitobemapartede lonas industriais
naAméricaCentral,umprodutoexce-
lente, comamarcaLocomotiva.
JR
–Vocês traduzem “Locomotiva”?
Márcio
– Não, a mesma política,
não tem tradução.
JR
– Issoéótimo.
Márcio
– Mas eu queria elaborar
mais sobre a sua pergunta, porque
ela é importante. Primeiro: você só
consegue levar umprodutopara fora
do Brasil com sucesso se ele fizer
sucesso aqui. Então, Havaianas é o
nosso maior sucesso aqui, portanto
o produtomais preparado para levar
para fora. Segunda razão: questãode
prioridade – em qual produto temos
maior competitividade, em termos
deproduçãoedecustos?Quandoeu
falo em tênis, há empresas maiores
do que nós que fazem tênis, Nike,
Adidas, Reebok, então vou competir
comgentemuitogrande.Agora,quem
é o maior produtor de sandálias do
mundo, você sabe? Ninguém sabe,
porquenão temoutro, somosnós.Em
relação àTopper, houve um trabalho
interessante, também.Porqueescolher
oJapão?Váriosatletasbrasileirosjogan-
do futebol no Japão, oZico, amaior
colônia japonesadomundoéaquino
Brasil,háuma interaçãomuitogrande,
vôosdiários, três, quatropor dia.
JR
–Olha a “ponte” aparecendo, de
novo.
Márcio
– Medimos as ligações
telefônicas internacionais com o
Japão. Fala-se muito entre os dois.
Eles têm verdadeira adoração pelo
Ayrton Senna, que tornou a Honda
campeãdeFórmula1– tudo isso fez
do Japão ummercado interessante.
Posso contar outra história. O Japão
é um país pequeno, com grande
população. São poucos os espaços
para jogarbola;eelesadoram futebol.
Resolvemos investir no Futebol de
Salão;ninguémsabia jogar.Formamos
algumasequipes,que trouxemospara
Marilia, interiordeSãoPauloeoutros
lugares.Vieramaqui tiraram fotoscom
jogadoresnossosecomeçarama levar
para lá um pouco dessa cultura do
Futsal e do Indoor, os dois tipos de
futebol – Society também. Começa-
mos a patrocinar campeonatos de
futsal, temos uma empresa chamada
Kamei Sport lá, que são nossos dis-
tribuidoreseessenegócioestávirando
febre no Japão. Hoje nós temos, no
Japão,aCopaToppa,queécomoeles
pronunciamTopper.Estamosem todas
asvitrines, naprincipal lojadedepar-
tamentosdo Japão–aCelox,queestá
paraTóquiocomoaGaleriaLafayette
estáparaParis.Estive tambémno Japão
háoitomeses atrás, fazendocontatos
comMizuno, cuja sede é emOsaka,
evisitei clientes, observei omercado.
Elaestavaaténaspequenas lojas.Tirei
fotosnuma ruamovimentada–como
a nossa 25 de Março, japonês para
todo lado, vendedores.
Amatucci
–Tenhoumaperguntaso-
brerelacionamentode licenciamento,
querdizer, alémde levarmarcaspara
fora, vocês também estão trazendo
marcaparadentro.Comoéesse rela-
cionamento,porquevocêsdesenham
aquiprodutoslicenciados,comoéque
conseguiram isso?
Márcio
– Não foi fácil, demorou
um tempo, pois é uma relação de
confiança recíproca. Temos duas
marcas globais, com
policies
muito
rígidos,a japonesaMizuno,comsede
emOsaka, e a outra é aTimberland,
sedeemNewHampshire,nosEstados
Unidos.Oscontratos foramassinados
em 1996, mas o trabalho começou
em1997.Recentemente,estendemos
esses contratos para mais países da
América Latina. Essas adaptações
chamam-seSMU–SpecialMake-Ups.
São produtos com a base lastreada
num produto original, em que você
faz uma customização, para adaptar
aonossomercado.Essacustomização
pode ser a simples troca de cores,
de cores mais fechadas para cores
mais abertas; pode ser limpeza do
produto em algumas peças que são
“...elarompe, paraquea
pessoanãocaia, setropeçar.”
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