Globalização ou
internacionalização
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R e v i s t a d a E S P M –
julho
/
agosto
de
2006
Agropecuária (EMBRAPA); pelo
MinistériodoExército, pormeiodo
InstitutoMilitardoExército (IMPE);
pelo Ministério da Aeronáutica,
por meio do InstitutoNacional de
Pesquisas Espaciais (INPE); e pelo
Ministério da Ciência e Tecnolo-
gia, por meio do Instituto Goeldi
(LAUS, 2003).
Frente ao exposto, faz sentido afir-
mar que no início do Século XXI a
culturaacadêmicabrasileiraestámais
orientada para processos de interna-
cionalização e menos subordinada
a processos de globalização. Quais
fatores fortalecema internacionaliza-
çãoemdetrimentodaglobalizaçãoda
educação superior?
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Caráter públicoda edu-
cação – Um dos pilares que
sustentam a República reside no
histórico compromisso de oferecer
educaçãopública, laicaedequali-
dadepara todos. Logo, a educação
superior é parte intrínseca do
serviçopúblico; apenasoGoverno,
agindocomsoberania,podedelegar
aofertadeeducação superioragru-
pos comunitários ou particulares,
nacionais ou estrangeiros, desde
que eles se submetam à legislação
vigente. Isto equivale a dizer que
para se instalar em território bra-
sileiro, por mais renomadas que
sejam, as instituições estrangeiras
deverãoajustar seus projetos peda-
gógicos aos princípios definidos
pelos termos da Lei deDiretrizes e
Bases da Educação. Pensar a edu-
caçãopor esteprisma corresponde
a reconhecê-la como um direito
público, mesmo quando oferecida
por IESprivadas,decapitalnacional
ou estrangeiro (RANIERI, 2000).
3
Presença do Estado na
regulamentaçãodosistema
de educação – O sistema de
educação superior brasileiro sofreu
inegável influênciadaconcepçãode
universidadealemã (humboldtiana)
e francesa (napoleônica), submeti-
dasaos interessesdopaísesubjuga-
dasaocontroledoEstado.Talvez isto
expliqueaexistência deumacultura
acadêmica fortementeassociadaao
Estado e às políticas de governo,
ao fato de a internacionalização da
educaçãosuperior teroEstadocomo
único provedor, e às dificuldades
de validar diplomas expedidos por
instituições internacionais – seja a
brasileiros que estudaram fora, seja
a estrangeiros que desejam estudar
no País. Explica ainda as barreiras
impostas aos investidores interna-
Este trânsito internacional de
estudantes resultadeações
orquestradaspelas agências
de fomentoàpesquisa.
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O faturamento do ensino superior privado
noPaís não excedeuR$14,5 bilhões, em 2004.