Julho_2006 - page 64

Marcos
Amatucci
eRoberto Carlos
Bernardes
69
julho
/
agosto
d e
2 0 0 6 – Revista da ESPM
EvoluçãodasCapacidades
das Subsidiárias Brasileirasde
MontadorasdeAutomóveis
Fonte:Adaptado deCONSONI eQUADROS (2003).
Capacidade de tropicalização limitada
Capacidade de tropicalização avançada
Capacidade de
design
de derivativos
Capacidade de sediar projeto
Figura 2.
minente.Oconceito foipropostopela
subsidiáriabrasileiraeaceitopelacor­
poraçãocomoumderivativoglobaldo
novoCorsa.Pelaprimeiravez,oBrasil
foi abasedodesenvolvimentodeum
projeto,de formaqueaGMBassumiu
a responsabilidade pela coorde­
nação de todos os seus estágios.
Como resultado, o carro foi lançado
primeiramente no Brasil e só depois
na Europa, invertendo (também pela
primeiravez) a seqüência tradicional.
MesmoaMerivanãosendoumanova
plataforma, seu desenvolvimento
implicou uma reengenharia signifi­
cativa da plataforma doCorsa (
CON­
SONI
, 2004;
CONSONI
e
QUADROS
,
2005), figura 2.
Com ritmos e inflexões distintos,
trajetórias semelhantes podem ser
observadas em outras montadoras
estabelecidas há mais tempo no
país, como no caso daVolkswagen,
Fiat e Ford. Todas elas estão percor­
rendoessecaminho,esquematizado
na figura 2, que vai dos esforços de
tropicalização (limitadaeavançada)
à construção de derivativos locais e
por fim, dederivativos globais –nos
quais o país assume a condição de
sede de projeto dentro da corpo­
ração,primordialmente relacionadas
com desenvolvimento experimental
(deprodutoseprocessos)–emoutros
termos, o “D” daP&D.
Raramente as funções de P&D de
uma subsidiária de empresa es­
trangeiranoBrasil sãodiversificadas
obastanteparacomportaratividade
de pesquisa.
Pesquisasdesenvolvidaspor
QUADROS
ET AL.
(2000);
QUADROS
e
QUEIROZ
(2001);
CONSONI
e
QUADROS
(2002;
2003) revelam os limites da P&D
realizada pelas montadoras de au­
toveículos no Brasil. Reconhecendo
estas fragilidades tecnológicas,
SALERNO ETAL
(2002), por exemplo,
destacam as vantagens para o país
quando as montadoras desen­
volvem localmente atividades de
desenvolvimento de produtos. Os
motivos identificados pelos autores
estão relacionados ao fato de estas
atividades demandarem recursos
humanos de alta qualificação, alto
valor adicionado nas operações
industriais e de serviços, elevadas
oportunidades deadensamentodas
atividades inovadorascomencadea­
A adaptação, conhecida
como “tropicalização”
do veículo, adquire
capacidades técnicas
suficientes para a con-
cepção local de de-
rivativos baseados nos
modelosOpel – como no
caso doCorsaSedan.
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