Manolita
Correia Lima
85
julho
/
agosto
d e
2 0 0 6 – Revista da ESPM
Por outro lado, os continentes que
menos atraemestudantes estrangei-
ros sãoÁfrica–com1,4%dapopu-
lação mundial de estudantes – e
América Latina, que acolhemenos
dametade do contingente captado
pelasuniversidadesafricanas (0,6%).
Considerandoosdados referentesao
número de estudantes estrangeiros
por país de acolhida, observa-se
que na América do Sul apenas
quatro países atraem estrangeiros:
Argentina,Bolívia,ChileeUruguai.
A pouca atratividade do sistema
educacional superior instalado na
América do Sul chama atenção
quando se leva em consideração: a
origemmulticultural dospaísesque
formam o continente, o valor do
investimento envolvido – tanto no
que se refereàsmensalidades esco-
lares quando ao custode vida – e a
qualidade da educação alcançada
por algumas universidades.Mesmo
com sistema educacional predomi-
nantemente privado, o número de
sul-americanos e norte-americanos
que escolhem universidades chile-
nas é crescente. E por que o Brasil
está foradasestatísticas?ORelatório
de Dados Mundiais sobre a Edu-
cação, publicado anualmente pela
UNESCO, leva em consideraçãoos
200 países que informam acolher
número igual ou superior a 1.000
estudantes estrangeiros no período
(UNESCO, 2003; 2004 e 2005).
OBrasilno
contextoda
globalização
da educação
superior
Os números reunidos permitem
inferir queoBrasil,mesmoquemo
destamente, se revela importador de
serviços educacionais e exportador
de estudantes: é responsável por
1% dos estudantes estrangeiros que
estudamempaísesdaOCDE (OCDE
apud LARSEN&VICENT-LANCRIN,
2002). Este trânsito internacional
de estudantes resulta de ações or-
questradas pelas agências de fo-
mento à pesquisa: a Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES/MEC), o
Conselho Nacional de Desenvolvi-
mento Científico e Tecnológico
(CNPq/MC&T) e a Agência Bra-
sileira de Cooperação (ABC/MRE)
– sendo esta última a responsável
pela cooperação técnica bilateral e
multinacional em todas as áreas de
conhecimento. Exemplos exitosos
da política de internacionalização
patrocinadapeloGovernobrasileiro
sãoosprogramasestabelecidospelo
Ministério da Agricultura, por meio
da Empresa Brasileira de Pesquisa
657
646
107
–
–
–
818
–
–
–
Númerode estudantes estrangeiros por paísde
acolhimento e porcontinentedeorigem
(educação superior)
Quadro 3
Argentina/2003
Argentina/2004
Argentina/2005
Bolívia/2005
Chile/2003
Chile/2004
Chile/2005
Uruguai/2003
Uruguai/2004
Uruguai/2005
Paísde
acolhida
3.255
3.343
3.261
1.142
3.477
4.883
5.211
2.100
2.100
2.100
Nº de
estudante
estrangeiro
–
–
–
–
7
11
10
–
–
–
África
–
–
–
9
968
1.424
1.733
–
–
–
América
donorte
2.598
2.694
2.888
1.089
1.890
2.527
2.426
2.100
2.110
2.100
–
–
67
39
139
190
168
–
–
–
Ásia
–
–
199
5
439
706
-
-
–
–
Europa
–
–
–
–
34
25
56
–
–
–
Oceania
Não
informado
Fonte: Recueil de donnéesmondiales sur l’education (UNESCO, 2003; 2004; 2005).
América
dosul