37
M A I O
/
J U N H O
D E
2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
Maria Augusta
Blecher
T
erceira idade. Maior idade. Melhor
idade.
Muppies
(sigla dos ameri-
canos para Mature Upscale Post-
Professionalquesóvaleparaosmais
ricos). Cabeça Branca para os
reverenciadosanciões japoneses.No
Brasil,osvovôs já foramos“coroas”.
MasaexpressãoSenioresparece ser
a que mais agrada os de melhor
poder aquisitivo. Vale tudo que a
criatividade permitir para definir a
turmadosque ingressamna faixados
sessenta anos em diante. O que
ninguém quer ouvir é apenas uma
única palavra: velho.
Atémeados dos anos 70, os idosos
ainda não despertavammaiores in-
teresses como uma categoria dife-
renciadadeconsumo.Eramvistosou
soboestigmadovelhoabandonado
em asilos, ou sob o estereótipo do
patriarca bem-sucedido que gasta
seu tempo e dinheiro com viagens
de cruzeiro, chás de caridade ou
jogos de golfe. Ambas as situações
aindapersistememseusextremos.O
quevemsedelineandode formacada
vezmais consistente, com base não
apenas em simples percepção, mas
em estatísticas, estudos e pesquisas,
éumanovavisãomaisrealistadesses
indivíduos, seu estilo de vida,
comportamento, hábitos, atitudesde
compra, desejos e expectativas. É o
“novovelho”do séculoXXI.
De tempos em tempos, a febre do
ouro ataca a mídia e o mercado a
cada vez que descobrem um novo
filãode consumo. Foi assim com as
mulheres no período da Segunda
Guerra quando elas passaram a ser
vistas como força produtiva, capaz
degerar rendaprópria, ecompoder
dedecisãoparacomprareconsumir
uma infinidade de produtos que
foram surgindo exatamente para
atender a essanovademanda. Con-
seqüência tambémdo fimdaGuerra,
a geração
baby boomer
foi o foco
domarketingnosanos60e70, com
a descoberta de jovens com dispo-
sição para gastar dinheiro, ganho
com trabalhoougenerosasmesadas
de pais cada vezmais permissivos.
Os
yuppies
, nos anos 80, foram o
extratomais emblemático dos exa-
geros do consumo quando mostra-
ramaomundocomquantos
Armanis
seconstrói o
status.
A tendência reveladanosanos90, e
que agora proporciona um novo
fôlego na busca cada vezmais seg-
mentada por novos nichos de con-
sumo, é o fenômeno representado
pelachamada“RevoluçãodaLonge-
vidade”, uma equação baseada em
dados demográficos que prevê um
contingente cada vez maior de
pessoascom60anosoumaisemcon-
traste com uma população jovem
cada vez mais reduzida. O alerta,
que partiu daOrganização dasNa-
ções Unidas às vésperas da virada
do novo milênio, dividiu o mundo
entreosqueviamnissouma tremen-
dacriseeosqueveriamnestesdados
uma grande oportunidade.
CONHECER PARA
CONQUISTAR
Quando foram realizadasasprimei-
ras prospecções desse emergente
mercadoecomeçarama surgir con-
ceitosedefiniçõesparaexploraressa
categoria de consumidores, os
autores descobriram que a própria
faixa etária não era consenso para
definirquempertenceriaaessanova
Os velhos eram vistos ou sob o
estigma do velho abandonado
em asilos, ou sob o estereótipo
do patriarca bem-sucedido que
gasta seu tempo e dinheiro com
viagens de cruzeiro, chás de
caridade ou jogos de golfe.
60ANOSPARAA
CONSTITUIÇÃO
65PARAAPOLÍTICA
NACIONAL DO IDOSO
70PARAO
CÓDIGO CIVIL
DISTINÇÕES
✲