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M A I O
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J U N H O
D E
2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
Francisco
Gracioso
planejamento estratégico é falho. E
dizem isso, não por empáfia, mas
porque eles raciocinam como
budistas zen; para eles, o exercício
do planejamento estratégico é bem
diferentedonosso.
ParaoBudismo,demodogeral,epara
o Budismo Zen, em particular,
passado, presente e futuro são uma
linhacontínua;nãohádistinçãoclara
entreelas.Principalmenteporqueeles
professam a reencarnação, o que
torna ainda mais tênue a distinção
entre essas etapas. No início, as
culturas ocidentais eram um pouco
assim também. Entreos romanos, os
deuses lareseramosdeusesda família
de cada um; eram parte da família,
tantoquantoos filhosouosnetos; os
deuses lares tinham presença quase
real, no conselho da família. A liga-
çãoentreopassadoeopresenteera
muitomaior.
A SOLUÇÃO
DO ENIGMA
Compreendi, finalmente, que o pre-
sente é o ponto de encontro onde
interagem o passado e o futuro, ou
seja,nossossonhosenossas lembran-
ças. Da fusão destes dois elementos
incorpóreos, surgeopresente, real e
concreto.
Oquenarrei aconteceupoucoantes
de eu ter assumido a direção da
ESPM.Vou,agora,mostrarcomoesta
filosofia – que, desde aquela época,
me acompanha – me ajudou a
desempenharminha tarefa.
Na verdade, se opassado e o futuro
se “fundem” no presente e, em fun-
çãodisto, nósconstruímoso futuro–
estaéanossaverdadeiramissão.
Quandoassumi adireção, em1981,
a Escola era, realmente, muito pe-
quena.Mas,apesardepequena, tinha
uma imagemdefinida – um “capital
intelectual”, por assimdizer, queme
foi legado, e logo percebi que era o
quehaviademaisvalioso,muitomais
doqueopatrimônio físicodosmóveis
edas instalações.
NOSSOS SONHOS
De início, erammuitomodestos.Re-
sumiam-seemequilibrar as finanças
e consolidar o curso de propaganda
e marketing original. Mas, com-
binando a tradição do passado e os
sonhosdo futuro, chegamospoucoa
pouco a uma novamissão: “Quere-
mossercadavezmais reconhecidos,
como Centro de Excelência na
geraçãodeconhecimentosnoensino
da Comunicação de Mercado,
MarketingeAdministraçãocom foco
nomercado”.
LEMBRANÇAS
Uma sala cedidapeloProfessor Bar-
di, noMASP;mais tarde, umaantiga
marcenarianoBexiga,como telhado
roído pelos cupins. E quando
mostrei, pela primeira vez, a
planta do atual prédio, ouvi um
cochicho: “OChico ficou louco?”
Mas, acima de tudo isto, havia
algo que nunca perdemos: nosso
espírito demissão.
Nossa missão já foi “ensinar pro-
paganda”. Começamos numa épo-
Uma sala cedida pelo Professor
Bardi, noMASP; mais tarde, uma
antigamarcenaria no Bexiga, com
o telhado roído pelos cupins.
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