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R E V I S T A D A E S PM –
M A I O
/
J U N H O
D E
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merchandising
– e sei o que é isso.
O
merchandising
daNestléquer ser
vendedor da Nestlé, então começa
a ter uma relação de paixão com a
companhia. Na parte de vendas,
compramos veículos novos para
toda a organização através de
leasing
e comuma condição: se ele
decidir pagar a última prestação,
fica com o carro. Então, passaram
a cuidar desse automóvel, porque
é um bem que está cultivando – e,
a cada quatro anos, ele recebe um
automóvel pagando uma pres-
tação; é mais um benefício.
Reforçamos a parte de assistência
médica, seguro de vida.
GRACIOSO
– Em função de tudo is-
so,mudouoperfil dos jovens que são
atraídos para cargos executivos?
IVAN
– Levava-se 30 anos para che-
gar a diretor nessa companhia; depois
maisoumenosuns20.Hoje, amédia
dosnovosdiretoreséde três,quatroou
cincoanos.Masachoqueoimportante
é ficarnaorganização, pois “oscargos
se conquistam” – isso é mérito, e é
fundamental.
GRACIOSO
–Qual éopróximopasso?
IVAN
– Eu espero que os meus di-
retoresdo
corporate
auxiliemcadavez
mais a presidência, no dia-a-dia da
companhia, para cumprir as regras da
casa. Eu quero ter mais tempo para
atuar como um “trigger”, para
desenvolver novos negócios. Acho
que essa deve ser a minha função
principal. Uma vez organizado,
funcionando com rentabilidade, há
sempre coisas novas para fazer; eu já
estoupensandonodesenvolvimentode
oportunidadesdenovosnegócios lána
frente. Acho que, aqui, a Nestlé
também temmuitas oportunidades de
aquisições, eestamos realizando, ana-
lisandotudoqueestáacontecendo.Por
isso eu acredito nesse crescimento.
GRACIOSO
– Algo mudou na
comunicação?
IVAN
–Contratamos oMarioCastelar,
que sempre trabalhou com aNestlé –
durantemais de 20 anos na agência.
Eleveiocomumamissãoquenãoera
fácil, no início, mas ajudou a
desburocratizar a relação com a
agência, que era um problema aqui
dentro. Havia quase um conflito entre
agência e cliente. Hoje isso acabou.
Nósmudamos amaneira de produzir
a nossa comunicação, a maneira de
atuar com as agências; agora temos
agências alinhadas, com quem
fazemos uma concorrência aberta.
JR
– Para todo tipo de prestação de
serviços de comunicação?
IVAN
– Só os negócios grandes.Veja
o exemplodo açúcar: somos omaior
comprador de açúcar do Brasil – as
empresas competemparanos vender.
Fazemos isso com a construção de
fábricas novas, com a compra de
veículos; são três mil veículos – as
montadoras entrameconcorrem. Isso
agilizou os processos. Nós usávamos
150 empresas transportadoras – e era
difícilcontrolar.Hojeestá tudo
online
,
quem prestar serviços entra e
concorre. Isso reduziu custos,
aumentou a flexibilidade e acabou
com problemas enormes. Nossa
vocação é produzir e desenvolver
alimentos que respondam à
expectativadoconsumidor:nãoépro-
duzir leitemas processar leite; não é
produzir café mas processar o café;
nãoéproduzir cacaumasprocessaro
cacau e assim por diante. E na área
de marketing – que é muito
importante – estamos selecionando,
anualmente, 100
trainees
não sópara
a área de marketing, mas para
eventos, requisitando pessoas novas
para serem formadas e para trabalhar
conosco. Isso temdadoumadinâmica
nova também. Vai levar algum
tempo, porque issonão se faz de um
dia para o outro, mas estamos satis-
feitos com a maioria deles.
GRACIOSO
– Eu costumava dizer
queoquemexecomomoral deuma
organização é o lucro; agora posso
dizer que é o lucro e o crescimento.
IVAN
– E nós temos mostrado os
resultados, temos mostrado onde
crescemos, os investimentos que
fazemos, a mudança de para-
digma, nas áreas de distribuição,
“GRANDEPARTEDO
QUENÓSFIZEMOS
AGORAÉPARTEDOQUE
NÓSDEIXAMOSDE
FAZERNOPASSADO.”