Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2002
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Análise
semiolingüística
Prólogo
Oanode1991–quenão foiumgran-
de ano emmatéria de safras vinícolas –
nãodeixou só amarcade ser oprimeiro
de dois números palíndromos (que po-
dem ser lidos igualmente nas duas dire-
ções), na virada do século (o segundo é
este de 2002). Namemória publicitária
francesa, foioanodaadoçãoda leiÉvin,
o sobrenomedo seu iniciador, o secretá-
rionacional daSaúdeClaudeÉvin.Essa
lei estabeleciaseveras restriçõesàpubli-
cidadedebebidas alcoólicas –possivel-
mente asmais draconianas domundo.
Anuncianteseagênciasde todoopaís
manifestaram suagrande inquietude tão
logo foi promulgada a lei: a maioria
achandoqueacriaçãopublicitária ia so-
frer profundamente, não se recuperaria
do golpe. Entre os poucos discordantes,
estavaGeorgesPéninou, aquemanossa
agência, Publicis, havia destacado para
refletir sobreoassunto.Péninouatrevia-
se a emitir uma opinião diferente e até
discrepante.
Claro, ascoisas iamsermenos fáceis
queantes,mas acriaçãopublicitáriapo-
deria sair disso revitalizada e até refor-
çada.
1
Dez anosmais tarde, graças ao amá-
vel convite daAliança Francesa doMé-
xico
2
– e com apreciosa colaboraçãode
Fanny Favreau, a quem agradeço – po-
demos estabelecer um confronto entreo
antes e o depois da lei Évin, na procura
de sinais e pontos de referência capazes
deestimular umaolhadaem retrospecti-
va. Achamos que novas perspectivas se
ofereceram – algumas inesperadas.
Na sua essência limitativa, restritiva
e até escandalosamente proibitiva, a lei
Évin intervém aomesmo tempo nos se-
guintes aspectos da comunicaçãopubli-
citária:
