Revista daESPM – Setembro/Outubro de 2002
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Ohumor emvezdoamor: paraman-
ter ou restabelecer uma forma de rela-
ção e de cumplicidade com o consumi-
dor, certasmarcas escolhem o humor.
–Adefasagem.Champanhe, símbolo
de certa classe social, reduzido a uma de
suas funçõesmais triviais: a inauguração
de um iate.A exclamação «Criminal! »
confirmao registrohumorístico.
– A demonstração pelo absurdo. A
pergunta “só menta?” de Get 27 é res-
pondida pela introdução de elementos
inesperados no visual : serpente, peixe,
cactus.
6 –O
procedimento
decontigüidade
Parapreveniro riscoda
austeridade ligadoàausên-
ciadepersonagens ede si-
tuaçõesdeconsumo, algu-
mas marcas empregam
uma estratégia de expres-
são cuja base é uma apro-
ximação poética ou lúdica
àcomunicação, sob forma
de correspondências, de
adivinhações.
– Imagensporpalavras
• A marca de cerveja
apela abertamente à regra
de silêncio que devia ser
observada pelos monges
descalços da abadia de
Grimbergen.
Expressa-se através do
texto : «E se fez o silên-
cio» que vem, em redun-
dância, reforçar a imagem de uma
gárgula amordaçada, de tubos de órgão
tampados, ou de anjos do Apocalipse
com trombetas abafadas.
–1664 : quatrodígitosque seapode-
ram de todo o visual, como um eco ao
misterioso «mais forte que todas as pa-
lavras ».