 
          
            Revista da ESPM
          
        
        
          | julho/agostode 2012
        
        
          
            54
          
        
        
          pesquisa
        
        
          do zero quando chegam ao mercado de trabalho. Do outro
        
        
          lado, as universidades criticam o fato de que as empresas
        
        
          desejampessoas sempensamento próprio e sem iniciativa,
        
        
          puramente técnicas. Esse foi o principal ponto de debate
        
        
          na apresentação da pesquisa aos profissionais do Grupo de
        
        
          Planejamento, em julho.
        
        
          Antes de abrir este artigo para o debate, é interessante
        
        
          conhecer o entendimento dos principais documentos que
        
        
          regema educaçãonoBrasil, a saber: a própriaConstituição
        
        
          de 1988 e aLei deDiretrizes eBases daEducaçãoBrasileira
        
        
          de 1996. Alguns trechos destes documentos abordam de
        
        
          maneiramuitoobjetivaaquestãodequal deve ser amissão
        
        
          de uma Instituição de Ensino Superior (IES). Por exemplo:
        
        
          o artigo 205 da Constituição de 1988 diz que “[a] educação,
        
        
          direitode todos e dever doEstado e da família, será promo-
        
        
          vidaeincentivadacomacolaboraçãodasociedade,visando
        
        
          ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
        
        
          exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
        
        
          A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996 (Lei 9.394, de
        
        
          1996), reforça a Constituição ao utilizar, essencialmente,
        
        
          o mesmo texto no parágrafo 2º: “[a] educação, dever da
        
        
          família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade
        
        
          e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade
        
        
          o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
        
        
          exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
        
        
          Coerentes com essas diretrizes mais amplas, defini-
        
        
          das para a sociedade brasileira como um todo, somos da
        
        
          opinião de que a educação no Brasil deve atender à dupla
        
        
          finalidade de preparar o indivíduo para uma atuação
        
        
          política no contexto nacional (o exercício da cidadania), e
        
        
          capacitá-lo a atuar no mundo do trabalho. Esse não é um
        
        
          desafio simplesnemfácil de ser atingido, dada a realidade
        
        
          da educaçãoemnossopaís, emque alunos despreparados
        
        
          chegam ao ensino superior. Também é preciso levar em
        
        
          conta que os estudantes passam curtos quatro anos em
        
        
          seus cursos de graduação, na área da comunicação, e que
        
        
          muito precisa ser discutido e aprendido.
        
        
          O que devem, portanto, as escolas fazer? Antes de res-
        
        
          ponder, gostaríamos de esclarecer que estamos fazendo
        
        
          sugestões tendo em mente uma realidade muito diver-
        
        
          sificada de cursos de comunicação, que inclui escolas
        
        
          com modelos muito simples e que atendem a públicos
        
        
          com formação escolar ruim, mas que também conta com
        
        
          escolas de excelência que já fazemmuitas das propostas
        
        
          aqui apresentadas. Dito isto, nossa experiência sugere
        
        
          que as escolas precisam se esforçar para abandonar o
        
        
          modelo tradicional de sala de aula e abraçar experiências
        
        
          de aprendizado mais amplas e diversificadas, centradas
        
        
          em projetos e percursos mais flexíveis. Infelizmente, é
        
        
          mais fácil falar do que fazer.
        
        
          Na ESPM, os recrutadores são unânimes em afirmar
        
        
          que estudantes que passaram por experiências de apren-
        
        
          dizagem, que vão além da sala de aula, como a Empresa
        
        
          Jr, a Agência Experimental, a ESPM Social, chegam mais
        
        
          bem preparados ao mercado. É interessante ressaltar duas
        
        
          proposiçõesadicionaissobreesseponto.Emprimeirolugar,
        
        
          a superioridade é sentida tanto no preparo técnico quanto
        
        
          no comportamental. Ou seja, a experiência prática durante
        
        
          o curso facilita e potencializa o aprendizado. Além disso,
        
        
          não são somente as experiências de caráter profissional
        
        
          que aceleram o desenvolvimento. Atividades como grupo
        
        
          de teatro, colaboraçãono diretório acadêmico, entre outras
        
        
          que os estudantes desenvolvem, também contribuem, sig-
        
        
          nificativamente, nesse processo.
        
        
          Portanto, o incentivo da prática e a oferta sistemática de
        
        
          ambientesdeaprendizagemdiferenciados,nosquaisosestu-
        
        
          Aexperiênciapráticaduranteocurso
        
        
          facilitaepotencializaoaprendizado.
        
        
          Atividadescomogrupodeteatroe
        
        
          colaboraçãonodiretórioacadêmico
        
        
          tambémcontribuemnesseprocesso
        
        
          shutterstock