maio/junhode2013|
RevistadaESPM
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dia e a política. Nesta pesquisa, observamos também
que o grupo da sociedade com computadores e acesso à
internet foi aquele que revelou o melhor índice de conhe-
cimento do agronegócio e de sua cadeia de valor. Entre
os estudos e as carreiras pertinentes nesse novo futuro,
surge, sem dúvida, o conceito de governança das redes
sociais, aspecto vital para a liderança nesse novo agro-
negócio inserido na globalização.
Do Jeca Tatu, deMonteiro Lobato, a umHeinz Kudiess
emCorrentina, no oeste da Bahia, uma longa jornada foi
realizada. Uma jornada de heróis. Foram agricultores
ex-minifundiários, emgrande parte doSul dopaís, saindo
comopioneiros ao longodos anos de 1980 e 1990. Eles acre-
ditaramque poderiamobter alimentos oriundos de terras
fracas. Norman Borlaug, o agrônomo da “revolução verde”,
Prêmio Nobel da Paz, disse: “O dia em que o Brasil souber
produzir emterras fracas, será umdosmaiores domundo”.
E o Brasil, de fato, se transformou no campeão mundial
do agronegócio no cinturão tropical do planeta. Mérito de
pesquisadores, educadores e líderes que não esmoreceram
e colocarama causa do país acima de interesses facciosos.
Mas isso foi a história contada e percebida até aqui.
As percepções populares mudaram consideravelmente
ao longo dos últimos 40 anos. Uma pesquisa será apenas
uma pesquisa, uma fotografia. Para que possamos ter a
dinâmica de um filme, de um cotidiano, será necessária
a realização de novas pesquisas, e comenfoques cada vez
mais específicos, a partir desta contribuição que a Abag
e a ESPM realizaram. A verdade é que o mundo mudou, e
muda a cada dia. Agronegócio sem marketing é só agro,
sem negócio. Marketing exige auscultar e pesquisar
veementemente os sonhos, os desejos, os anseios e as an-
gústias dos consumidores, que estão sendo tratados cada
vez mais como cidadãos. Doravante, a nova expressão a
ser assumida deverá ser “agrossociedade”. Precisamos de
novos paradigmas que conjuguem e atraiam o melhor do
pensamento nacional. Cidade e campo passaram a ser
uma coisa só. Cidadão urbano e homem ou mulher do
campo, da mesma forma: uma coisa só.
Jose Luiz Tejon Megido
Coordenador do Núcleo de Agronegócio da ESPM,
diretor vice-presidente do Conselho Científico para a Agricultura
Sustentável (CCAS), fundador e membro do conselho efetivo
da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio
(ABMRA) e comentarista de agronegócio da Rádio Estadão
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