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maio/junhode2014|

RevistadaESPM

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Aindústriasegue

ocaminhodoboi

Por Alexandre Teixeira

Foto: Divulgação

N

ão há, em todo o agronegócio brasileiro, rivais para a pecuária quando

se trata de pioneirismo (e ganho de escala), na formação de agrosso-

ciedades. À medida que o rebanho bovino avançou das suas origens

no Rio Grande do Sul até a borda da floresta amazônica, frigoríficos

foram estabelecendo-se em pequenas cidades pelo caminho e recrutando braços

para abater e processar os animais. Comunidades de desbravadores criaram uma

agroindústria que, pelas contas da Associação Brasileira das Indústrias Exporta-

doras de Carne (Abiec), corresponde hoje a 30% de toda a riqueza gerada no campo.

Sozinho, o PIB da pecuária equivale a 6,7% do PIB brasileiro e gera 6,32 milhões de

empregos diretos e indiretos, sendo 347,3 mil no setor de bovinos.

Hoje, a cadeia produtiva da pecuária brasileira movimenta, aproximadamente,

US$ 167 bilhões por ano. Desse total, US$ 50 bilhões são gerados pela indústria

frigorífica, que no ano passado registrou um novo recorde de exportação: US$ 6,6

bilhões vendidos para uma lista de clientes encabeçada por Hong Kong (que abas-

tece a China e o Sudeste Asiático) e pela Rússia. A expectativa para 2014 é superar

essa marca, aproximando-se dos US$ 8 bilhões. “A demanda mundial por carne

está crescendo, principalmente em países em desenvolvimento, que hoje têm

um consumo

per capita

baixo e um crescimento de renda alto”, afirma o diretor-

executivo da Abiec, Fernando Sampaio. O faturamento com exportações de carne

bovina atingiu a marca de US$ 2,2 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, quan-

do o Brasil vendeu mais de 504 mil toneladas. Esse número indica um crescimento

superior a 10% na comparação com 2013.

Nesta entrevista, Fernando explica por que o Brasil é, entre os grandes exporta-

dores de carne, o mais bem posicionado para atender à demanda gerada pela entra-

da de novos consumidores no mercado global de proteína animal.