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Seja justo

Alguns cuidados adicionais que deveriam ser

tomados durante as fases de negociação é se

assegurar que atenção igual está sendo dada a

todos os detalhes. Grande ênfase nos aspectos ana-

líticos, sem considerar o lado político, pode levar a

conclusões irreais. Um exemplo no qual consi-

derações políticas foram superenfatizadas e o tra-

balho mais detalhado negligenciado é a aliança

estratégica entre a Joseph Seagrams & Sons com

a Kirin Brewey Co., em 1973, com o objetivo de

produzir e distribuir bebidas alcoólicas no Japão.

Esta aliança foi o resultado do desejo da Seagrams

de entrar no promissor mercado japonês e da

vontade da Kirin de se ligar a um parceiro de

reputação mundial com produtos complementares

aos seus. Ambos os parceiros tiveram as bênçãos

de seus principais

stakeholders

e realizaram

avaliações amplas e profundas das possibilidades

de um casamento estratégico. No entanto, eles

parecem ter colocado pouca ênfase na análise

detalhada do mercado, particularmente no sistema

de distribuição necessário, durante a fase de

f o rma ç ão. Outras d i f i cu l dades surg i r am

posteriormente, inclusive vendas menores do que

as esperadas. Uma razão é que o principal produto

da aliança, bebidas alcoólicas fortes, era de difícil

distribuição através da rede existente da Kirin,

voltada para cerveja. Durante os últimos anos,

porém, as vendas aumentaram significativamente,

depo is que um p l ano de d i s t r i bu i ção foi

desenvolvido e, atualmente, a aliança gera lucros

substanciais, com novos produtos sendo agregados

aos existentes.

Os melhores planos

Nós oferecemos a nossa receita para a

criação de uma aliança estratégica. No entanto,

embora ela aumente as chances de sucesso da

aliança, não garante o sucesso. Existem numerosos

obstáculos que podem aparecer a qualquer mo-

mento, durante o processo de formação.

E possível identificar 10 grandes desafios, ou

obstáculos, que podem ter grande participação no

sucesso, ou fracasso, de uma aliança estratégica

(Ver Figura 4).

A seguir, analisaremos brevemente cada um

destes desafios.

Abrir mão de sua autonomia sobre recursos

estratégicos e/ou funções fundamentais ao negócio

pode ser uma das coisas mais difíceis de superar.

Cada um dos parceiros deve repartir seus recursos

com o outro e eles não estão mais livres para tomar

decisões sobre como utilizar aquilo que, anterior-

mente, era só deles.

Muitas vezes é difícil colocar a aliança em

movimento. As pessoas nas firmas parentais devem

acelerar

para conseguir que as coisas sejam feitas!

É essencial que o time responsável pela formação

consiga transmitir sua energia e entusiasmo e se

transformar no time da implementação.

A administração muitas vezes tende a ver as

alianças estratégicas como um conjunto de proble-

mas de cooperação interna. Enquanto dispendem

seu tempo discutindo várias partes do projeto e o

funcionamento da aliança, perdem o foco no cliente

e os competidores passam à frente. Estar atento ao

ambiente externo é, portanto, de grande importância.

Uma consideração primordial para o sucesso

de uma aliança estratégica, como dito anterior-

mente, é se assegurar que os

stakeholders

internos

e externos conheçam e aprovem a idéia. Um

insucesso neste ponto pode significar resultados

desastrosos para a aliança.

Estar aberto a novos desafios, abraçar as mu-

danças e modificar as operações são comportamentos

necessários para o crescimento e evolução da aliança.

A inabilidade da gerência em agir desta forma pode

minar a capacidade da aliança de manter uma per-

formance saudável ao longo do tempo. Uma aliança

estratégica nunca, ou raramente, representa uma

entidade estável nela mesma, estando quase sempre

em transição.