Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  82 / 107 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 82 / 107 Next Page
Page Background

Muito embora essa teoria não explique o

crescente sucesso de

shopping centers

e o avanço

do varejo não convencional, como a venda por

catálogos ou os clubes de compras, sem dúvida,

esclarece como é a dinâmica competitiva na

extremidade inferior de concorrência.

Muitos especulam 4 capacidade de o Wal-

Mart praticar o sistema de baixo custo alcançado

nos Estados Unidos. Baixada a poeira do início,

percebe-se a dificuldade que o fornecedor local tem

em atender as exigências colocadas pelo varejista

americano.

Um sem número de quesitos que o fabricante

deve satisfazer e para isso muitos deles devem se

preparar ou se adequar, o que leva tempo. Por

exemplo, um dos princípios de honra do Wal-Mart

é o sistema JIT

(just-in-time)

para o fornecimento

e entrega, talvez não seja implantado de imediato,

pelo menos não com todos os fornecedores.

Tal sistema viabiliza uma logística de custo

muito baixo, mas exige uma disciplina e uma

pontualidade de produção e entrega sem paralelo

na prática comercial, até então, no Brasil. Quanto

tempo isso tomará e quantas empresas considerarão

o investimento requerido para as mudanças

vantajoso, só o tempo dirá. O Wal-Mart acena com

uma fidelidade e uma programação de pedidos

altamente confiável àqueles que "toparem", mas,

por via das dúvidas, ele manterá um depósito

destinado à manutenção de estoques de segurança,

para não haver falta de mercadoria. Isso, no

entanto, elevará seu custo.

Seja como for, e independentemente das

adaptações necessárias para a operação Brasil do

(fig-

1

)

Wal-Mart, essa organização traz um novo padrão

de desempenho que, por certo, influenciará outras

organizações de varejo, tornando-as também mais

competitivas e dinâmicas. É mais uma conseqüência

do fenômeno da globalização, que afeta todos os

setores da economia.

A roda do varejo no Brasil

Academicamente muito se discute sobre qual

seria a vocação econômica do Brasil. Parece que a

resposta poderá ser encontrada na base do sistema

de varejo: sem dúvida, o brasileiro é um

comerciante nato. Vários exemplos podem ser

citados para demonstrar a força e o entusiasmo com

que o brasileiro se lança à antiga prática da compra

e venda de mercadorias. Essa atividade acaba se

tornando o "ganha-pão" de muitos subempregados

ou representando a fonte de renda adicional ao

modesto orçamento doméstico da classe média e

abaixo.

6

O comércio ambulante nas grandes cidades,

praticado pelos conhecidos "camelôs", mostra bem

a criatividade e o empenho do brasileiro. Milhares

de mercadorias, várias categorias de produtos, a

maioria importados, são trazidas até a ponta do

mercado, numa logística invulgar. Não importando

se o setor pertence à economia informal, é certo

que o consumidor que se serve dos ambulantes está

muito satisfeito e vice-versa. No fim, a população,

em geral, acabou ou aceitando ou se conformando

com a presença dos camelôs, em nossas ruas e

calçadas. É sabido que muitos varejistas com lojas