Muito embora essa teoria não explique o
crescente sucesso de
shopping centers
e o avanço
do varejo não convencional, como a venda por
catálogos ou os clubes de compras, sem dúvida,
esclarece como é a dinâmica competitiva na
extremidade inferior de concorrência.
Muitos especulam 4 capacidade de o Wal-
Mart praticar o sistema de baixo custo alcançado
nos Estados Unidos. Baixada a poeira do início,
percebe-se a dificuldade que o fornecedor local tem
em atender as exigências colocadas pelo varejista
americano.
Um sem número de quesitos que o fabricante
deve satisfazer e para isso muitos deles devem se
preparar ou se adequar, o que leva tempo. Por
exemplo, um dos princípios de honra do Wal-Mart
é o sistema JIT
(just-in-time)
para o fornecimento
e entrega, talvez não seja implantado de imediato,
pelo menos não com todos os fornecedores.
Tal sistema viabiliza uma logística de custo
muito baixo, mas exige uma disciplina e uma
pontualidade de produção e entrega sem paralelo
na prática comercial, até então, no Brasil. Quanto
tempo isso tomará e quantas empresas considerarão
o investimento requerido para as mudanças
vantajoso, só o tempo dirá. O Wal-Mart acena com
uma fidelidade e uma programação de pedidos
altamente confiável àqueles que "toparem", mas,
por via das dúvidas, ele manterá um depósito
destinado à manutenção de estoques de segurança,
para não haver falta de mercadoria. Isso, no
entanto, elevará seu custo.
Seja como for, e independentemente das
adaptações necessárias para a operação Brasil do
(fig-
1
)
Wal-Mart, essa organização traz um novo padrão
de desempenho que, por certo, influenciará outras
organizações de varejo, tornando-as também mais
competitivas e dinâmicas. É mais uma conseqüência
do fenômeno da globalização, que afeta todos os
setores da economia.
A roda do varejo no Brasil
Academicamente muito se discute sobre qual
seria a vocação econômica do Brasil. Parece que a
resposta poderá ser encontrada na base do sistema
de varejo: sem dúvida, o brasileiro é um
comerciante nato. Vários exemplos podem ser
citados para demonstrar a força e o entusiasmo com
que o brasileiro se lança à antiga prática da compra
e venda de mercadorias. Essa atividade acaba se
tornando o "ganha-pão" de muitos subempregados
ou representando a fonte de renda adicional ao
modesto orçamento doméstico da classe média e
abaixo.
6
O comércio ambulante nas grandes cidades,
praticado pelos conhecidos "camelôs", mostra bem
a criatividade e o empenho do brasileiro. Milhares
de mercadorias, várias categorias de produtos, a
maioria importados, são trazidas até a ponta do
mercado, numa logística invulgar. Não importando
se o setor pertence à economia informal, é certo
que o consumidor que se serve dos ambulantes está
muito satisfeito e vice-versa. No fim, a população,
em geral, acabou ou aceitando ou se conformando
com a presença dos camelôs, em nossas ruas e
calçadas. É sabido que muitos varejistas com lojas