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priorização das questões sociais nas atuais agendas

de discussão sobre o Estado, não só no nível dos

f ó r uns gov e r n ame n t a is e s pe c í f i co s, mas, em

especial, e de maior importância, em círculos de

debates que envolvem instâncias políticas ligadas a

movimentos sociais e organizações civis de natureza

autônoma e voluntária, vem satisfazer uma antiga

demanda na pauta de interesses da sociedade

brasileira que passa a reconstruir, paulatinamente,

a sua cultura democrática e os seus intrumentos de

exercício da cidadania.

O recente processo brasileiro de transição

democrática teve como marca inicial, e como fator

fundamental de seu dinamismo, a restauração dos

institutos próprios do estado democrático: a livre

o r gan i zação de partidos políticos, au t onomia

sindical, liberdade de imprensa, eleições diretas,

dentre outras lutas. Tais conquistas, mesmo que em

alguns casos não completas e que ainda estão

g e r a n do imp o r t a n t es d e s d o b r ame n t os sob a

r eo r gan i z a ç ão das instituições democ r á t i c a s,

contribuíram imensamente para o fortalecimento

político da sociedade civil. A organização de

movimentos sociais direcionados a promover uma

maior intervenção dos,cidadãos nos processos de

gestão da coisa pública, mais especificamente no

que diz respeito à utilização dos aparelhos e serviços

sociais, representa a fase posterior, na qual o país

se insere agora.

Para determinar o cenário destas mudanças

nas relações entre os governos e a sociedade e, a

partir de então, estabelecerem-se diretrizes e ações

mais eficazes e efetivas na construção de uma nova

ordem institucional e operacional do trato das

questões sociais, faz-se necessária a compreensão

da formação e desenvolvimento recente do Estado

B r a s i l e i r o. A h e r a n ça d as o r i e n t a ç õ es da

administração pública e dos padrões de gestão dos

governos no Brasil, especialmente a partir da

d é c a da de 30, p e r me i am as f o rmas e os

procedimentos até hoje adotados e que muito

contribuem para a sua crise atual.

O novo modelo de gestão da coisa pública

deverá, portanto, tomar por referência os modelos

anteriormente adotados no que se refere às formas

de priorização de políticas na agenda dos governos,

as características quanto à natureza e qualidade

dos sistemas de intervenção governamental, as

atribuições e responsabilidades respectivas dos

organismos públicos e as formas de controle social

a que estiveram submetidos. Estas características

formam um conjunto de informações úteis para

diagnosticar a parcela significativa das carências

e os vícios da atual administração pública e são

capazes de orientar estratégias de mudança.

As recentes propostas de modelos de gestão

para o setor público vêm se orientando por um certo

exacerbamento da visão neo-liberal de estado

mínimo. As freqüentes referências aos padrões de

eficiência emp r egados pelo setor privado em

oposição à inoperância das atividades do setor

público, certas visões sobre descentralização e os

movimentos favoráveis à completa privatização do

patrimônio e dos serviços públicos contribuem para

a formação de uma cultura generalizada de repulsa

à figura do Estado. Esta visão pode pôr em curso a