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próximas aos locais destinados aos "camelôs",

fizeram o seu

trade-down

e montaram também

suas barracas. Talvez não seja a maneira mais

elegante e confortável de comercializar, mas é

um setor que, bem ou mal, veio para ficar e hoje é

uma ameaça ao comércio convencional de algumas

categorias de produtos, como os brinquedos, por

exemplo.

O comércio informal para muitos brasileiros

promete ser uma saída do aperto econômico. E,

de fato, muitos se iniciam nessa atividade. Às vezes

individualmente e sem muito planejamento. São

os chamados "sacoleiros" que vão até Cidade do

Leste, no Paraguai, ou mesmo Miami e Nova York.

Mas já há empresas cujo objetivo é facilitar a

entrada desses "empreendedores" na prática formal

do comércio.

Por um lado há as empresas de Marketing

de rede. O sucesso da Amway no Brasil retrata

bem a vontade de muitos de encontrar novas opções

de venda. Não tem faltado candidatos para

experimentar essa nova atividade.

Ao final do primeiro ano de Brasil, a Amway

esperava contar com o trabalho de mais de 50.000

distribuidores. A Amway sediada em Michigan,

Estados Unidos, é a maior empresa de venda porta-

a-porta do mundo. Há mais de 1 milhão de

distribuidores da Amway nos mais de 25 países

onde atua. Ela foi criada em 1959 e comercializa

centenas de produtos de limpeza, cuidados

pessoais, nutrição e cosméticos. Outros milhares

de produtos são comercializados por catálogo. A

grande diferença entre a Amway e outras empresas

de vendas diretas é a possibilidade que seu

distribuidor tem de crescer, não só pelas próprias

vendas, mas t ambém ap r e s en t ando outros

distribuidores.

Mais recentemente chegou ao Brasil a

empresa Herbalife. Com um marketing agressivo,

vendendo compostos alimentares, num programa

de emagrecimento.

Quem trabalha com seus produtos, usa como

identificação

buttons,

adesivos nos carros, folhetos

sempre à mão. Pelo crescimento apresentado, o

Marketing de Rede é uma modalidade comercial

que veio para ficar.

Sem uma estrutura multinacional dessa

ordem, mas sendo bem sucedido, também, é o

comércio que poderia se chamado de comércio de

mostruário. Esse comércio especializa-se em vender

a con s umi do r es seus mos t r uá r i os. Tais

consumidores não compram para seu uso, mas tem

por objetivo revender aos amigos, parentes e

vizinhos. Veja o exemplo do Mercadão das Pratas,

no Bairro do Tatuapé, na cidade de São Paulo, ou

de muitas lojas, principalmente localizadas em

zonas tradicionais de atacado próximas à Rua 25

de Março ou no Bairro do Brás, revendendo

principalmente mostruários de conf ecções,

bijuterias ou cosméticos.

É um tipo diferente de comércio porta-a-porta,

uma vez já considerado inovador, do praticado pela

Avon ou Natura. O comércio de mostruário acelera

a roda do varejo, na medida em que incentiva, sem

formalidades, a entrada de novos pequenos

empreendedores na atividade mercantil.

Mas nesse segmento é a fantástica expansão

de

outlets

que mais destaca a agitação que ocorre

na base do sistema varejista, f ac i l i t ando e

incentivando a entrada de novos comerciantes, que

sem o sistema de

outlets

não viabilizariam seus

sonhos empreendedores.

Os

outlets

são centros rotativos de compras,

com instalações mais simples e contratos de locação

curtos, que conquistam cada vez maiores fatias de

mercado. Segundo Nabil Sahyoun, presidente da

Associação.de Lojistas de

Shopping

de São Paulo

(Alshop), no ano de 1995 foram inaugurados pelo

menos 30

outlets

7

. Avalia-se que na verdade esse

número pode ser bem maior, porque muitos

outlets

não são assim chamados e não são associados à

Alshop, mas de qualquer maneira são centros

rotativos de compra. Basta andar pelas ruas das

grandes cidades e observar o número de prédios

ou garagens com grandes espaços que são, hoje,

divididos em pequenos

stands

e alugados a

comerciantes, muitas vezes iniciando a atividade

8

.

Os gastos de manutenção do

stand

comparado

aos mesmos gastos numa loja de rua ou de

shopping

são muito menores. Só para se ter uma idéia, um

stand

de 9 m

2

pode ser alugado por R$ 600,00 em

bons outlets da cidade de São Paulo, para um

contrato mensal, enquanto que a manutenção de

uma loja de 35 m

2

em

shopping centers

tradicionais

e estabelecidos pode chegar a R$ 7 mil mensais

num contrato de 5 anos. O baixo risco e a pequena

despesa acaba promovendo a entrada de muitos

comerciantes no movimento da roda do varejo.