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Aumentou o número de ministérios e administrou

as demandas políticas por cargos da coligação

política que o auxiliaram na condução do seu curto

mandato. As eventuais tentativas de reformulação

na administrativa não tiveram efeitos significativos

e basearam-se mais na gestão de uma política

salarial restritiva para os servidores públicos, com

maior enfoque orçamentário que gerencial.

De forma geral, todos os governos deste

período, a partir de 1.980, pautaram a gestão social

pela conjuntura econômica recessiva. A centralização

financeira (formas de arrecadação e custeio) e

decisoria (política social) no nível federal, somados

à fragmentação do aparelho institucional de condução

dos programas sociais, acabou por priorizar ações

públicas emergenciais e assistencialistas, de efeitos

efêmeros, e ao mesmo tempo permitiu a decadência

das estruturas de ação social mais vigorosas e

fundamentais do Estado, especialmente nas áreas

previdenciária e da saúde. Para compensar a

ineficácia e a decadência da área social, os governos

da década anterior e início desta proporcionaram um

aumento progressivo da participação do setor privado

nas áreas de bens e serviços sociais, entrelaçando e

privilegiando organizações lucrativas em detrimento

da universalização e homogeneidade do atendimento

público.

Por outro lado, o aprofundamento dos

problemas de qualidade e de restrição do acesso

aos serviços sociais geraram uma maior

mobilização da sociedade na defesa de alternativas

ao sistema em decadência. O surgimento,

desenvolvimento e consolidação de um circuito

não-governamental de associações, dedicado a

substituir a ausência do Estado na área social,

representa uma realidade importante a ser

considerada em qualquer projeto de reforma da

administração pública.

Desta maneira, e por um lado, um

movimento crescente de reivindicações, conjuntas

ou isoladas passou a demandar a consolidação de

um sistema de proteção social capaz de integrar

toda a população economicamente ativa, que

assegure um conjunto de direitos sociais e de bem-

estar social e que utilize formas de tributação que

privilegie a distribuição e a justiça social. Busca-

se discutir a constituição de um

Welfare State

de

fato, que, segundo estes paradigmas, ainda não

foi atingido no Brasil.

Por outro lado, e em oposição à proposta

anterior, ganha fôlego o discurso da ruptura

definitiva com o modelo de intervenção do Estado

e a descentralização da área social em favor dos

sitemas privatizados, autônomos e desvinculados

da participação e do controle dos órgãos públicos,

na gestão da estrutura e na prestação de serviços

sociais. Esta defesa vem patrocinar os interesses

corporativos do setor privado na área social, que

se estabeleceu a partir do final dos anos 70 e se

fortaleceu ao longo da última década.

Estas visões antagônicas propiciam infinitas

propostas combinadas, como vias de meio, e que

permanentemente avolumam as alternativas na

agenda de discussão.

A administração pública brasileira no geral,

e a área social em particular, podem assim ser vistas

como produto das heranças de uma longa linhagem

de modelos de estado e de paradigmas

administrativos. Estes legados pode ser assim

resumidos: temos as feições de um estado permeado

pelo sentimento e pela práxis patrimonialista das

elites, cultivados e aperfeiçoados desde o Brasil

Colônia; burocrático, centralizador, superlativo e

imperativo como nos anos 30; vocacionado à

liberalidade fiscal como nos anos 50, ainda que

exaurido na sua capacidade de financiamento;

abrangente e exorbitante nas formas de intervenção

econômica e social como nos anos 60 e 70, apesar

da estrutura e dos processos administrativos

ineficientes e anacrônicos; e, no momento, vítima

da oposição de cepa neo-liberal, freqüentemente

discriminatória e corporativista, a tudo que leve a

estampa pública.

Tais elementos podem surgir em maior ou

menor intensidade, dependendo das contingências

econômicas e políticas, mas devem ser devidamente

considerados na formulação de propostas de

reforma da administração pública. E devem

prestigiar os desdobramentos sobre a área social.

A proposta do governo FHC e as novas

tendências na administração pública

Presentemente,

o

Ministério

da

Administração e Reforma do Estado vem tentando

incorporar, seja através de intervenções pontuais

na máquina pública seja por meio de ações

institucionais mais abrangentes, as novas tendências