Thomaz Souto
Corrêa
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J A N E I RO
/
F E V E R E I RO
D E
2006 – REV I STA DA ESPM
Figura3
40
20
60
0 80
Leituraeletrônica
Leituradepapel
Público-alvo/misto
40
20
60
0 80
Leituraeletrônica
Leituradepapel
Público-alvo/misto
Os leitores eletrônicos, represen-
tados pela parte verde, vão cres-
cendo e lendo cada vezmenos em
papel.Teoricamente, este é oprazo
– 20 anos – que a mídia impressa
tem para conquistar esse público
jovem, seja pelo meio que for, im-
presso ou eletrônico, mas sabendo
queodigital se imporá aopapel.
É preciso imaginar que o ciclo
continua semovendo, os leitores
depapel jáse foram, sóqueagora
começam a morrer também os
leitores mistos, e continuam a
nascer leitores eletrônicos.
Em 60 anos, o mercado pri-
oritário, dos 20 aos 60 anos, será
composto de leitores eletrô-
nicos. Continuam a morrer
leitores mistos e a nascer
leitores eletrônicos.
Figura4
Em 80 anos, não haverá mais
leitores de papel. Ou melhor,
haverá publicações em papel
com obras muito especiais,
dedicadas aos textos muito
especiais, ilustrados por
fotografias e obras de arte
igualmente excepcionais.
JR
– Desculpe insistir, mas volto à
questão da motivação do consu-
midor da mídia. O que esse seu
neto de 4 anos, daqui a 20 anos,
vai buscar na mídia?
THOMAZ
– Se ele for um exe-
cutivo, onde vai se informar? Será
que vai ser na revista
Exame
, ou
na
Você SA
?Não sei se será revista,
e não tem importância – o instru-
mento, a ferramentanão tem impor-
tância paramim.Mas achoque ele
nãoestará lendo revista. Eachoque
as agências não sabem desta roda.
FG
–Mesmoque soubessem, oque
poderiam fazer? Infelizmente,
estamos falandode alguns veículos
interligados – e todos tendo a inter-
net como foco – difíceis de contro-
lar, planejar. O segredo do sucesso
da agência, durante décadas, foi a
capacidade de prever, planejar,
controlar, avaliar resultadosecobrar
do cliente com base nesses resul-
tados. Como vão se virar agora?
THOMAZ
– Ainda bem que não
estou no ramo de propaganda por-
que não faço amenor idéia. Como
o J. Roberto estava falando, acho
que estamos mal informados sobre
os hábitos ou o consumo de mídia
por parte dos nossos consumidores/
leitores. Se tenho alguém que passa
o dia inteiro na frente de uma tela;
se sou anunciante, quero falar com
esse cara nesse meio que ele está
usando para se informar, com as
vantagens que essemeio tem – tem
de ser interativo, fazer demonstração
do produto etc., naminha frente.
FG
–Naverdade, quem jáestáaten-
to a isso não são as agências; são as
lojas de varejo. No ano passado, o