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Revista daESPM – Julho/Agosto de 2002
em todos os sentidos. No sentido eco-
nômico, porque, obviamente, é o que
primeiro se espera de uma empresa;
e tambémno sentido de vida de cada
umde nós que participada empresa.
FG–Você está satisfeito comoque
já conseguiu, nesse terreno? Sei que é
difícil responder objetivamente porque
estamos falando de conceitos, valores.
Mas, de qualquer forma, olhando para
trás, você cometeu algum erro? Faria
as coisas de forma diferente, hoje?E o
que você gostariade conseguir ainda?
Guilherme–Ouvi, outrodia, uma
piada. Perguntaram aoWalt Disney
se ele faria alguma coisa diferente se
tivesse que viver novamente. Ele res-
pondeu: “Faria tudo igual. Mas não
me peçam para fazer outra vez, pelo
amordeDeus!”Nomeu caso, não fa-
rianadadiferente.Éóbvioquecome-
temos inúmeroserros,maseles fazem
parte do processo de aprendizado.
Agora,quantoàspossibilidades futu-
rasequantoàquiloquenãoconsegui-
mos fazer e que poderia vir a ser fei-
to, acho que é um campo grandioso
depossibilidades.Estamos,porexem-
plo, incorporando o conceito de
sustentabilidade na companhia de
uma maneira mais ampla, olhando
cada um dos processos de uma ma-
neiramaiscompetente, de formaque
a gente possa criarmetasmais obje-
tivas e enraizar os elementos desse
conceitonaculturacorporativa.Quer
dizer, fazercomquecadapessoa,cada
colaborador dessa aventura chama-
daNatura possa dar a sua contribui-
ção, possa terumolharmaisaguçado
para identificaroportunidadesdecon-
tribuir para a criação dessa nova or-
dem.Nãotenhodúvidasdequeaspos-
sibilidades são inúmeras. E acho que
a acumulação de riqueza temum sen-
tidoparaahumanidade.Obomusodo
dinheiro temque reverter emqualida-
de de vida das pessoas e da sociedade.
Esse bomuso é que faz comque ele se
multiplique.Portanto, ocaminhopara
o desenvolvimento da organização
Natura está correlacionado com essa
capacidadedecontribuirparaaevolu-
ção social, evolução desse coletivo do
qual todos nós fazemos parte.
FG –
Que conselhos você daria a
empresários,administradoresqueestão
sentindo a necessidade de firmar esse
compromisso com a sociedade? O que
devem fazer para começar?
Guilherme–Umaobservaçãopre-
liminar équea responsabilidade soci-
al corporativa não se restringe a em-
presas ricas e poderosas. Na minha
percepção, a responsabilidade social