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talentos que poucas pessoas con-
seguem reunir.
“O bobo da corte era um exce-
lente
Coach,
eo rei sabiaquepre-
cisava de
coaching
.”
Faça vocêmesmo uma avaliação
dos talentos exigidos para ser o
Bobo
e tire suas próprias conclu-
sões.
Ele tinhaumagrande
facilidadede
relacio-
nar-se
para poder
transitar em todas as
“tribos”, dentro e fora da corte,
verticalmente e horizontalmente.
Era um
“insider
” e ti-
nha informações e
pontos de vista numa
visão de praticamen-
te 360 graus. As pessoas confia-
vam nele, pois sabiam que ele
saberia fazer da informação algo
que traria resultados.
Ele era umótimo
ou-
vinte
e um excelente
“
questionador
”, fa-
zendo perguntas e
mais perguntas.
Tinhaumaboa capa-
cidade de
análise
e
síntese
para reunir
todas as informações
e preparar um “relatório” com
análise das informações e síntese
das ações futuras.
Oboboeramuito
cria-
tivo
. Era um bom
redator, um bom
diretor de arte, pois
tinhaquecriar imagense textosque
descrevessemoqueo reinãopodia
ver nemouvir.Tudodeumamanei-
radivertida, relevante epersuasiva.
Era um ótimo
apresen-
tador
e
vendedor
. Ele
conhecia seu público,
sabiaoquequeriaven-
der antes de atuar, ensaiava incan-
savelmente seu texto, preparavaa
roupa, conhecia o local, e tinha
jogo de cintura para fazer
adaptações de última hora.
Poderíamos continuar aqui falando
de muitos outros talentos para ser
um
Bobo
, tais como conhecer as-
pectos de administração, finanças
etc., mas prefiro dizer que, se por
um ladoeleeraumgeneralista, por
outro era um especialista. Um
grandeespecialistadaartedeconhe-
cer o
Ser Humano
, suas neces-
sidades, desejos emedos.
Esse paralelo entre o
Coach
dos
dias de hoje e o bobo da corte se
faznecessário, poismuitosdos ta-
lentos de antes são muito neces-
sários hoje.
Como a palavra
coaching
se tor-
nou um genérico, principalmen-
te no Brasil, e diferentes tipos de
profissionais estão fazendo uso
dela, é importante separar uma
profissãodaoutra, assimcomo se
faznomercadode comunicação.
Nomercadodecomunicação, por
exemplo, todos têmclaroáreasde
competência. O profissional de
comunicação de massa que se
atrevea fazermarketingdireto ter-
mina muitas vezes fazendo algo
até legal, mas namaioria das ve-
zes termina vendo sua boa inten-
ção virar um gasto e não um in-
vestimento de comunicação.
No mercado de
coaching
ocorre
o mesmo; existem profissionais
que confundem terapia, aconse-
lhamentoprofissional,
counseling
e
mentoring
com
coaching.
SÓQUEMNÃOÉBOBOACHAQUEVAI PRECISARDISTO
1)
2)
3)
4)
5)
6)
esde que oHomem éHomem ele
aprendeuqueoLivreArbítrioéum
atodivinoequeasdecisões fazem
partede suavidadiária. Eleapren-
deu tambémqueatéa indecisão já
é um ato de decisão em si. Mas à
medida que ele foi vivendo cada
vez mais em grupos, e suas deci-
sões passaram a envolver e
impactar não apenas sua própria
vida, mas também a de outros, o
simples ato foi se tornando um
pouquinhomaiscomplexo,umato
de responsabilidade social.
“Tomar decisões que envolvem
outros é, antes de nada, um atode
responsabilidade social.”
Há milênios nascia a necessidade
do
coaching.
Ou seja, anecessida-
de de ter uma visão ampliada do
presente, para tomar decisões de
ações que impactarão o futuro.
Digo isso, pois o
Coach
é a pessoa
quedeveajudaraspessoasaatingi-
rem seus objetivos através daquilo
que elas têm de melhor. Para isso,
ele deve ter mais que uma boa in-
tenção, uma boa formação e uma
rica experiênciade vida.
Naantigüidade,muitos líderespro-
curavampessoas internaseexternas
a seus interesses, visandoconhecer
pontos de vista e questionamentos
diferentes dos seus. A figura mais
facilmente reconhecidanaHistória
éo “boboda corte”.
Muitos acreditam que ele era um
palhaço que fazia o rei rir. Na
verdade, o bobo da corte era o
únicopersonagem, de toda a cor-
te, autorizado pelo rei a falar to-
das as coisas que elequisesse, ou
seja, a suaprópria verdade, não a
do rei, nem de seus cortesãos.O
bobo da corte conseguia reunir
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