Julho_2003 - page 28

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J U L H O
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A G O S T O
D E
2 0 0 3 – R E V I
S T A D A E S P M
brea tolerâncianaÁfricadoSul,con-
cluíram que, embora a conjuntura
imediatadavidaeasquestões relati-
vasàs liberdadescivisnãodeixemde
ter relevância,asituaçãodeódio (ra-
cial, no caso) pré-existente prevale-
ce sobrea situaçãoconcreta, desvir-
tuando quaisquer possibilidades de
racionalização e tolerância. Omes-
mo parece acontecer para algumas
pessoasem relaçãoàsorganizações.
A fonte da intolerância é anterior e
externaao trabalho.
Pessoas há, por exemplo, que não
suportam receber ordensouque so-
fremquandosevêemcompelidasao
trabalhoemequipe.Algumas apon-
tode serem completamente avessas
à integrarem qualquer tipo de orga-
nização, ouque as organizações ex-
pelem sistemicamente. Seibert,
Kraimer eCrant (2.001), em um ex-
perimento envolvendo 180 executi-
vosdurantedoisanos,provaram,con-
tra toda expectativa, que a correla-
çãoentreosquedesafiavamo
status
quo
e as promoções e ganhos é for-
tementenegativa (t
2,36e t –2,34
p> ,05 respectivamente).Oqueeles
demonstraram foiqueosque têmes-
pírito livre, os que pretendemmais
doquesimplesmente jogaro jogoba-
nal dodar edo receber, são incom-
patíveiscomavidanasorganizações.
Ainda outra fonte de ruptura de or-
dempsicológicaéadadesinformação.
Adkins, Werbel e Farh (2001),
pesquisandoos efeitos da inseguran-
çano trabalhodurantecrises financei-
ras,mostraramqueadesinformação,
aprecariedadedas relações trabalhis-
tas e as ambigüidades quanto à real
situaçãodaorganização,têmuma to-
lerância limitadaesãodeterminantes
não só da queda de produtividade
como também da saída da organi-
zação.Estão intimamente relaciona-
das com a taxa de
turnover
, com a
intençãodeprocuraroutroemprego
e,também,comapercepçãodedifi-
culdades de realocação.Os boatos
eas informações truncadassãogera-
dores de tensões comuns em todos
osgruposhumanos.Paraalguns,mais
sujeitos a sedeixarem influenciar ou
mais sensíveis, tensõesdesse tipo re-
presentamumsofrimentoconstante,
com custos maiores do que os be-
nefíciosmonetários e de segurança
que a organização possa oferecer.
Naoutravertenteda intolerância,a
das organizações, há pessoas que
criam e dão curso a boatos e falsas
informações. Sejam quais forem as
razões psicológicas – mecanismos
de defesa, distúrbios de personali-
dade–,esses trabalhadores tornam-
“O
LIMITE
DA
TOLERÂNCIA
É DADO NÃO PELA
CONDUTA
INCORRETA
, MAS PARA QUEM
A
CONDUTA É SENTIDA
COMO INCORRETA.”
yw
Keystone
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