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R E V I S T A D A E S P M –
J U L H O
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A G O S T O
D E
2 0 0 3
GRACIOSO
–
Desculpeomeucom-
portamento, um pouco anárquico.
Mas, na semanapassada, li no
Esta-
dodeS.Paulo
umartigocuriosoem
que se analisava o fossoque se está
aprofundando, entre as gerações –
jovensevelhos– justamenteporque
os velhos estão ficandomais tempo
do que deveriam, e os jovens estão
inquietos,nãovêemahorade tomar
aqueles lugares que deveriam ser
deles e ainda não são. Como vocês
encaram isso?
NELSON
–
Quando eu falei sobre
minhapróximacarreira,oqueesco-
lhiaindanãoexistenoBrasilepreci-
sei aprender nos Estados Unidos.
Hoje, sou um
coach
executivo pro-
fissional, para orientar pessoas jo-
vens, de meia idade e pessoas que
estãocom idademaisavançada,ori-
entar empresas e entidades. E vejo
isso como uma possibilidade de
minimizar todaessapolêmica.Tenho
trabalhado com as duas pontas – os
jovenseaspessoasque jáestãocom-
pletando o seu ciclo. Omaior pro-
blema não é com os jovens porque
eles têm a vantagem que esses não
têm. Elespodem fazer algumacoisa
errada, tentar novamente. Os mais
velhosentram,enveredamnacarrei-
radededicação totalàempresaonde
estão trabalhando– issonãoquerdi-
zer queeunãodespendade lealda-
decomaminhaempresa,maséex-
cessiva. As pessoas colocam 901%
do seu esforço, dedicação naquele
objetivo. E omundo não émais as-
sim.Omundo está se transforman-
do. Então, a pessoa precisaria ter
algum suporte, que viria daqueles
pilares que eu mencionei, na tal
plataforma. E, através dessa
interação,haveriacontribuiçãovo-
luntária de pessoas que têm algu-
maexperiênciaequerempassaressa
experiência da academia fazendo
pesquisas.
JRWP
–
Gostariadepropor uma ro-
dada,paraquecadaumdevocês ten-
tasse conceituar quais são as condi-
ções, agora, deempregabilidade.
MARIACA
–
Depende de como se
define empregabilidade. Se empre-
gabilidade é renda até o último dia
com omáximo de felicidade, acho
quenossos jovens têmuma lutadura
pela frente, porque, no mundo
globalizado, muitos deles vão con-
corrercoma Índia,oPaquistão,por-
queplanosdeengenhariapodemser
feitos e transmitidos pela Internet. E
acapacitaçãoébaixa,Brasilgrande...
Porque nós, ESPM, somosWharton
paraoBrasil.Dentrodessarealidade,
temos que liderar uma situação de
uma economia que os jovens,
mesmo saídos daWharton para o
essa capacitação, são pessoas que
viajam,participamdeprogramasso-
ciais, têm a parte artística – são as
chamadas habilidades. E essa ques-
tãoda técnicaéumaquestãodevocê
buscar uma informação que tenha
embasamento teórico. Porque há a
discussão sobre qual é o papel da
universidade.Elaémuitomaisdoque
adestraraspessoasparaomundodo
trabalho.Asempresascomeçarama
ter suas universidades corporativas.
Como as universidades não faziam
seupapel,deaproximar,asempresas
começaram a formar suas universi-
dades corporativas. Então, achoque
o papel das universidades vai além
do adestramento para omundo do
trabalho. E as condições de empre-
gabilidade passam pela questão da
renda.Umcursodeinglês,informática,
espanhol têm custo. Estamos falando
dessepequenouniversoquepoderáter
um efeitomultiplicador. Hoje, temos
estudantes que se preocupam com a
solidariedade, comaONGs.
JRWP
–
Mas, eles nãoprecisam tra-
balhar degraçanasONGs.
SÉRGIO
–
Não, necessariamente.
Issoéumaprofissão. Essepequeno
grupo temhabilidadeecompetên-
cia,eaparteemocional,queémui-
to forte hoje, porque o estudante
entrana faculdademuito jovem.Es-
sas três questões: técnica, emocio-
naleacapacidadede inovação, são
as condições básicas para a
empregabilidade.
NELSON
–
Penso que a empre-
gabilidadeestáassociadaaopreparo
constante e contínuo da pessoa. Se
um indivíduo temconsciênciadeque
a renda é conseqüênciadonível de
conhecimento que uma pessoa vai
ter... Issoédifícilporqueagente tem
que começar a plantar isso não na
universidade;masnoscursosmédios.
“As empresas
começaram
a ter suas
universidades
corporativas.”
Brasil,têmcompetênciadeentradade
carreiramenoresecustosmaiores,im-
postosagravando.Eesseéumproble-
mamuito sério.
JRWP
–
E empregabilidade? Quais
sãoas condições?
SÉRGIO
–
Éa técnicaemocionalea
capacidade de inovação. Como o
Prof. Gracioso disse, acho que de-
pendedascondiçõesedequal reali-
dade estamos falando. Se falarmos
dos alunos da ESPM, acho que tra-
balhamos bem com isso. Eles têm
Mesa redonda