Julho_2003 - page 94

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J U L H O
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A G O S T O
D E
2 0 0 3 – R E V I S T A D A E S P M
Éemcasaque temosquedizer:“Meu
filho, a vida é difícil, não é feita de
milagre.Vocêquer ter sucesso, renda,
masháumcaminhodifícilaser trilha-
do”. Nada cai do céu. Há as pontas:
osmuitopobreseosmuito ricos.Mas
aspessoasque fazempartedanorma-
lidade têmquedesafiare seremdesa-
fiadase têmqueprocurar. E sóháum
caminho: o conhecimento. Existem
alguns indicadores.Porexemplo, sea
pessoa, além de ter o conhecimento
formal, for boa na competência
comportamental,alguémvaiolharpara
elaedizer: “Achoqueessapessoa se
adaptaaessegrupo”.
MARIATERESA
Quero acrescen-
tar algo. Empregabilidade tem a ver
com tudo issoquevocês falaram,mas
temaver tambémcom fazer tudoao
mesmo tempo. Ou seja, trabalhar,
estudar e ter lazer, prazer em tudo
que se faz, porque você não pode
maisdissociarseu tempode lazerdo
seu tempo de trabalho, senão você
enlouquece.Amaiorpartedonosso
tempoacordadoépassadodentrodo
trabalho. Então, o trabalho tem que
seruma fontede lazer,uma fontede
estudo e uma fonte de inspiração e
felicidade. E a Internet ainda leva o
trabalhoparaanossacasa. Então, se
vocêestiver fazendoum trabalhoque
não lhedá felicidadeenão lheensina,
vocêestáperdendoempregabilidade.
FÁTIMA
Achonecessário falar em
ampliaraconsciência.Querdizer, a
empregabilidade está associada a
quantodeconsciêncianós temosem
relaçãoàsnossasescolhas, aoqueo
mercadoquer,paraondevai,aoque
medáprazer, àsminhas competên-
cias, onde vou investir meu tempo,
meudinheiro, paraestar ampliando
asminhas competências. E, a partir
daí,empregabilidadeéalgocomque
o jovem tem que se preocupar, o
adulto tem que se preocupar até a
morte porque eu quero ter aminha
marcaatéquandoeumorrer.Quero
queaminhamarca fiquenouniver-
so tambémdepois daminhamorte.
Para issoépreciso terumaconsciên-
cia ampliada. Qual é o seu papel
no universo? Ser empregável é in-
vestir nas competências que são
duráveis,permanentese,aomesmo
tempo, vão sendo flexibilizadas no
decorrer dos anos.
JRWP
PassoapalavraaoGracioso
para tentar adifícilmissãode somar.
GRACIOSO
Nãoserianemneces-
sária essa súmula, porque vocês fo-
rammuito claros. Com palavras di-
ferentes, todosdisseramalgomaisou
menos assim: empregabilidade é a
capacidadedenosmantermosatuais.
E isto, portanto, temmais aver com
a gerência da carreira pelo próprio
portanto. Conversando com o Prof.
EduardoNajjar – que tambémparti-
cipoudesse fórumque você descre-
veu, Nelson –, eleme disse que um
dos temas discutidos foi o quê fazer
com os
trainees
, emmuitas empre-
sas.Naturalmente,nãoemtodas,pois
devehavermuitasempresascomex-
celentes programas, quenãodesper-
diçam o talento que têm nas mãos.
Mas,outrasperdem-se,desvirtuamos
programas de
trainees
e perdem ex-
celentes oportunidades de burilar os
diamantes brutos que têmnasmãos.
As escolas também ainda não com-
preenderambemduascoisas.Primei-
ro, temosqueajudaros jovens–e isso
vale também para os executivos de
pós-graduação–aplanejare respon-
der pela sua carreira, e não culpar
ninguém a não ser eles próprios. E,
segundo, temos de prestar mais
atenção aos aspectos comportamen-
tais, que não sei até que ponto po-
demosajudar. Porqueaperguntaque
oNelson fez, comoutras palavras, é:
“Seráqueauniversidadepode influir
nocomportamentodo indivíduo, ou
ele já vem com vícios e virtudes de
formaçãoqueo tornam imunea tudo
aquiloque tentarmos fazer?”Enfim,é
uma pergunta, não é nenhuma afir-
mação.Asuniversidadeseasescolas
demodo geral, e as escolas de van-
guarda teriam de compreender me-
lhor esse fenômeno, teriam de
pesquisar mais, com amesma serie-
dade que pesquisamos as vantagens
competitivas das empresas e outras
coisasdesse tipo.
JRWP
Acho que as palavras fi-
naisdoGracioso forammuitoade-
quadas, já que um bom debate –
como uma boa aula – não deve
criar certezas, mas sim levantar
boas perguntas. Vamos encerrar,
certos de que todos continuarão
procurando a resposta a essa e a
outras perguntas.
“Vocênãopode
mais dissociar
seu tempode
lazer do seu
tempode
trabalho.”
indivíduodoquequalqueroutracoi-
sa. OMariaca pôs amão no ponto
certo.Vocês foram tambémprecisos
e objetivos, ao identificar falhas no
desempenho tanto das empresas
quantodasescolas,admitindo-seque
o ideal seria ajudarmos o indivíduo
a caminhar nessa direção. Nem a
empresa, nem a escola ainda com-
preenderam bem do que se trata e
muito menos se decidiram a atuar
seriamentenisso.Éumdesafioduplo,
zx
EMPREGO& EMPREGABILIDADE
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