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R E V I S T A D A E S P M –
J U L H O
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A G O S T O
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cas pessoais que fazem com que
você desenvolva determinadas téc-
nicasde liderançaquesãomaispro-
dutivas e vão fazer comque as pes-
soas se sintammelhor emais com-
prometidas com a organização.
Hoje,essascaracterísticasaparecem
maisnasmulherespor umaquestão
educacional,de formação,queaso-
ciedade perpetuou. Mas, isso não
precisa ser assim, necessariamente.
Há homens que aprenderam a de-
senvolver essas competências.
ELAINE
– As tendências de com-
portamento sãodiferentesparaho-
mensemulheres. Issonãoquerdi-
zer que se repitapara todos os ho-
mens e todas as mulheres. Tanto
que uma das ferramentas que a
genteusaparamedir onível deQI
tem tabulações diferentes para
homens e para mulheres. Os ho-
mens têm tendência a sermais ra-
cionais e as mulheres mais senti-
mentais. Amulher consegue, po-
liticamente, gerenciar uma situa-
ção de conflito de forma mais
equilibradadoqueohomem, por-
que o homem tem tendência a
dizer: “Não, eu que decidi.” Ele
entramais facilmenteemconflito.
Eachoqueamulher ameniza. En-
tão, algunsdessespadrõesdecom-
portamento estão fazendo com
queasmulheresassumammaisde-
vagar alguns cargos de direção.
Revista da ESPM
– Nesta matéria,
o
Economist
está sugerindoquecer-
tos cargos de liderança – principal-
menteo“chiefexecutive”– exigem
confrontoeaíohomemestariamais
bempreparado.
ELAINE
– Em algumas indústrias
sim. Por exemplo, banco é uma in-
dústriamuito“dura”.Tantoqueédi-
fícil ver umamulher presidente de
banco. Isso não quer dizer que ela
nãopossa ser, no futuro.
ADRIANA
– Quando você vê que
–historicamente–haviamaisde for-
ça numa liderança e, depois, muda
paraumaquestãode inteligência, a
própriasociedadevai reconhecendo
tipode inteligênciaparaganhar.O
golfinho, por exemplo, é o único
quevenceo tubarão, porquenãoé
pela força. Ele émais esperto, usa
obiconabarrigado tubarãoecon-
segue chegar ao ponto fraco dele,
usando a inteligência e não a for-
ça. Eu acho que a mulher é mais
golfinho, não tubarão. E golfinho
que faz outros tipos de alianças. E
o homem, em alguns momentos,
precisa ser “tubarãozão”.Mas não
temos que lutar pelosmesmos es-
paços. Considero desconfortável
essa questão de disputa de territó-
rio. Prefiroquecadaumocupe seu
espaço, com as competências que
preenchem melhor. Vamos ser
diretoras de hospitais, prestadoras
de serviços, de empresas como a
nossa – como a Elaine e eu somos
– que ajudam pessoas a se encon-
trar. Edeixemosaquestãodosban-
cos.Vocênãoprecisa exercer uma
liderança masculina para ser um
bom líder.
Revista da ESPM
– Mas, daqui a
pouco, 80%domercadode traba-
lhovai estarocupadopelasmulhe-
res, porque são essas competênci-
as que o mercado pede cada vez
mais.NaEscola já temosmais alu-
nasmulheres doquehomens. Ehá
alunosqueperguntam: “Ondeestá
onossoespaçonomercadode tra-
balhodecomunicaçãodo futuro?”
ELAINE
–Qual é o setor quemais
“Muitos
abandonamo
curso, até no
quarto ano,
porque acham
que não vão
conseguir
emprego.”
que, comovocênãoé forteparabri-
gar comooutro, temque ter outro
Entrevista