Julho_2006 - page 60

Marcos
Amatucci
eRoberto Carlos
Bernardes
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julho
/
agosto
d e
2 0 0 6 – Revista da ESPM
as primeiras oficinas demontagem
(decomponentes importados): uma
fase de venda local de produtos
manufaturados. A motivação da
implantaçãodeunidades deste tipo
éagarantiademercados, saturados
nos países deorigempelo aumento
(taylorista) da produtividade, pelo
desenvolvimento da concorrência,
e pela diminuição da demanda.
Comacrisede1929ecomaSegunda
GuerraMundial, os países periféri­
cos, com dificuldades logísticas
de manter o nível de importações,
começamadesenvolveruma indús­
triade substituiçãode importações.
Esta indústria obriga as empresas
multinacionais, no pós-guerra, a
implantar-se no país para competir
como
players
locaiscoma indústria
recém-desenvolvida, uma vez que,
somente com importações não po­
deriacontinuarcompetindonomer­
cado local de igual para igual. As­
sim,entram,nopaís,as indústriasde
eletrodomésticos, farmacêutica, de
alimentossofisticados,petroquímica
e, comalgum incentivodo governo
brasileiro, a automobilística. Além
da vantagem de concorrer local­
mente pelomercado emergente, as
empresas beneficiam-se da lógica
da ampliação do ciclo de vida do
produto, conforme a moderna
teoria de
VERNON
(1966), já citada.
Paralelamenteaessa racionalidade,
BRESSER-PEREIRA
(1978) levantaoutra
variável: a reação oligopolística
– os concorrentes acompanham o
Com a crise de 1929 e
com aSegundaGuerra
Mundial, os países peri-
féricos, com dificuldades
logísticas demanter o
nível de importações,
começam a desenvolver
uma indústria de substi-
tuição de importações.
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investimento direto uns dos outros,
independentemente de conseguir
ou não se beneficiar da lógica do
ciclo-de-vida ampliado. Assim,
por exemplo, ganhamos não uma
fábrica de automóveis, mas uma
fábrica de automóveis e todos os
seus principais concorrentes.
Na quarta fase, a partir da década
de 1960, as subsidiárias exercem
o papel de busca de mão-de-obra
barata e a construção de platafor­
mas de exportação. Isto devido à
concorrência da indústria asiática,
principalmente japonesa, que in­
troduz produtos extremamente
baratos nos próprios mercados dos
países-sede das multinacionais.
Então as empresas contra-atacam
sediando subsidiárias exportadoras
em Hong-Kong, Formosa, México,
edepoisBrasil, embuscadebaixos
custos de produção para exportar
a preços competitivos. Entretanto,
o desenvolvimento de tecnologia é
reservado para asmatrizes.
Assim, entram, no país,
as indústrias de eletro-
domésticos, farmacêu-
tica, de alimentos sofisti-
cados, petroquímica e,
com algum incentivo do
governo brasileiro, a au-
tomobilística.
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