GRANDES FUSÕES
EINCORPORAÇÕES
Parafraseando E.F. Schumacher
que em 1973 lançou o slogan "Small is
beautiful", títulode seu famoso livro, os
condutores na moderna economia, cada
vezmais globalizada, lançam, como fez
Hugh Me Coll. executivo do Nations
Bank, o slogan "Bigger is beautiful". A
tendência que parecia dar razão a
Schumachcr, até meados dos anos
noventa, sofre radicalmudança. Estamos
entrando na era das grandes fusões.
Nossos registros sobre o mundo
dos negócios se inic iam com duas
grandes fusões que vêm provocando
inúmeras outras.
Citicorp - Traveler
Sem dúvida, a maior "bomba'' no
mundo dos negócios internacionais foi
o anúncio da mega-fusão, estimada em
US$ 72.5 bilhões, entre o Citicorp,
gigantesco conglomerado financeiro
praticamente voltado para os serviços
de bancos comercias, com o Travelers
Group, outro gigante, especializado em
Serviços de bancos financeiros.
Anunciada em 6 de abril último,
imediatamente a negociação deu origem
à nova companhi a sob o nome de
Citigroup, com um valor
pro forma
de
mercadodeUS$ 145 bilhões, colocando–
se entre as dez primeiras da lista
FORTUNE 500. desencadeando
imediatamente urna onda de opiniões e
comentários dolo mais díspares. As
diferenças nas at ividades das empresas
envolvidas suscitavam e suscitam
dúvidas quanto ao sucesso da
operação, ao mesmo tempo em que
faziam prever uma nova era no mundo
das finanças, caso as divergênc ias
entre os dois gigantes pudessem ser
administradas apesar da enorme
complexidade gerada. Sob este
aspecto, um dos principais pontos será
a figura da co-gestão em nível de
Presidência da entidade resul tante.
Sanford (Sandy) Weill, do Travclcrs,
praticamente o idca lizador da
transação. e John Rced. do Citicorp.
traçaram emmenos de três semanas as
linha mestras das negociações, cuja
consecução se tornou viável quando
ambosconcordaram em adotar a gestão
compartilhada como Presidentes, o que
vem criando grande expectativa a
respeito do seu sucesso entre os
analistas e teóricos de gestão de
empresas, cujas opiniões oscilam entre
cons iderar o fa to como uma
'
1
abominação administrativa'' e corno
um "marco histórico nas práticas de
gestão de empresas". De qualquer
forma o que estamos aqui registrando
sem dúvida trará novas luzes para os
que se dedicam a estudos de
administração de empresas.
Daimler-Benz - Chrysler
Jucrgen Schrempp. principal
executivodamontadora alemã Daimler–
Be nz. e Robe rt Eaton. da norte–
americana Chrysler, tinham idéias
muito semelhantes sobre o futuro de
suas respectivas companhias quando.
durante um Auto Show em Detroit.
resolveram confrontá-las. Resultou daí
a maior fusão industrial da história.
Da imle r-Benz, especia li zada em
automóveis Mcrccdcs de alto preço,
na faixa deUS$ 45 mil , c em ônibus e
caminhões junto com a Chrys ler.
especializada em carros médios. de
cerca deUS$ 20mil. picapes e utilit{u·ios
esportivos, decidiram tirar o maior
proveito de suas respect ivas
especialidades com a mútua
transferência de suas experiências na
produção e no marke ting de seus
produtos. Além disto procuraram a
complementaridade de seus diferentes
market share
na Europa c nos Estados
Unidos. a Europa aMercedesocupava
excelente posição no
ranking
das
montadoras, enquanto que a Chrysler
apresentava um desempenho apenas
medíocre. Já nos Estados Unidos, onde
aChryslerocupavao terceiro lugar entre
suas congêneres na indústria
automobilística, a Mcrcedes tinha uma
participação inexpressiva.
Prevê-se que a nova empresa,
resultante da fusão. deverá gerar US$
130 bilhões em vendas, empregando
cerca de 400.000
pe~soas.
econo–
miLando em torno de US$ I00milhões
somente no primeiro ano com os
produtos que fabricam atualmente. O
negócio é notável não apenas pelo seu
tamanho e complexidade, mas também
pelo seu simbolismo. A criação da nova
companhia representa o triunfo da
economia global e o fim de um período
em que as montadoras eram um
emblema de poderio industrial. como
observa a revista TIME.