Maio_1998 - page 54

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Revista da ESPM
-
Maio/Junho de 1998
S
ealguémmepedissepara
definirArmando Ferrentini
profissionalmente, teria que
recorrerao inglês: trata-sedeum
doer.
Porque um
doer
é mais do
que um simples "fazedor" -
alguémqueexecuta tarefas-ou
um "realizador", palavra
romântica que sugereglórias e
conquistas que não combinam
com a simplicidade de um
homem cujo trabalho se tem
caracterizado pelo estabele–
cimento de objetivos -algumas
vezes ambiciosos - seguidos
pela incessante perseguição
aos modos de torná-los
realidade. Salvo engano,
Ferrentini nunca deixou de dar
concretude a um projeto que
tivesse assumido.
Um dos precursores do
colunismo de propaganda no
Brasil, Armando Ferrentini
ESPM - Armando, I'Ocê
é
Ulll
homem que tem feito as coisas
acontecerem. //(to
é:'
AF - Eu sou uma pessoa que
nunca está satisfeita com o que acabou
de fazer.Quero sempre fazermais, fazer
melhor, realizar. Tenho uma grande
satisfação em fazer coisas. Por exemplo,
hoje, aqui no Maksoud Plaza onde
gravamos esta entrevista, estamos
encerrando a décima segunda Semana
Internacional da Criação Publicitária.
Sinto uma satisfação muito grande de
ver 500 pessoas, à noite, ouvindo as
pa lestras. E de tarde são 500
estudantes, vendo palestras que nunca
chegou a provocar uma
saudável supervalorização do
setor que, sem dúvidas, se
reflete na qualidade da
propaganda e do marketing
brasileiros,quecolocamoBrasil
num nível superiorao 45º lugar
queopaísocupano
ranking
das
imaginaram ver- essas coisasme enchem
de satisfação. Soudo tipo que não fica na
teoria, vou em frente, quero fazer e acho
que só tem valor se fizer. Nenhuma idéia
valenada senão for realizada.
ESPM- \.iJcl?
é
do tipo que acaba
a décima 1egunda l'l'IIWna de criaçüo e
já está pensando na décima terceira?
AF - Nós já reservamos o
Maksoud para a décima terceira, no ano
que vem. Há coisas que você não pode
deixar para a última hora. Não se pode
convidar sete profissionais de primeira
linha do mundo da propaganda - esse
ano temos um japonês - em cima da
nações por renda
per-capita.
Sua atuação aparentemente
discreta, como presidente do
Conselho Superior da ESPM -
sucedendo a Rodo/to Lima
Martensen, depoisdeexercera
presidência do Conselho
Administrativo - chegaaocultar
uma grande capacidade
política, conhecidadosamigos,
queo torna capazdepromover
consensos úteis e produtivos
num setorprofissional que não
se caracteriza extremamente
pela modéstia de seus
praticantes.
Neste bate-papo com a
Revista da ESPM, Armando
Ferrentini revela alguns aspec–
tos menos conhecidos da sua
vidapessoal eprofissional, fala
de jornalismo - sua paixão - e
aproveita para dar alguns
recadosaosestudantese jovens
profissionais.
J.
RobertoWhitakerPenteado
hora. Então já estamos começando a
convidar as pessoas parao anoque vem.
ESPM
-
Seus anli!?OS. às
l'e~es.
brincam chamando-o de capo. Como
I'Ocê
l'ê
a inf/uêllcia iwliana dos
Ferrellfini na sua
r
ida?
AF -
É
inevitável. Descendo de
i talian~s
pelosquatro lados e recebo, até
com orgulho essa brincadeira porque se
os velhos
capos
da máfia tinham um lado
bandido - que eu não tenho - tinham
também um outro lado extrememente
generoso. Estes personagens são
figuras geralmente s impáticas e
agradáveis.
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