Maio_2005 - page 93

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M A I O
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J U N H O
D E
2 0 0 5 – R E V I S T A D A E S PM
que estar alerta para isso, porque as
pessoas vão continuar trabalhando,
desde que possam. E embora seja
verdade que, tirar toda a satisfação
do trabalhonão é saudável, também
é verdade que uma atividade
produtivaémuito satisfatória–éalgo
que dá prazer para a pessoa. Outro
ponto é que não se consegue,
mesmo, viver da aposentadoria. A
geração que está se aposentando é
uma geração que não tinha
consciênciadisso,há40anos...Hoje,
pessoasde20anos jáaplicamno seu
Fundo de Previdência. Então, não se
pode simplesmente dizer: “Sinto
muito. Tocou o sinal e você terá de
sair domercado”.Aspessoas,muitas
vezes, não têm alternativa. E, do
outro lado, temos gente querendo
atividade produtiva remunerada e
pressionando.Éumconflito.Continuo
dizendoque a saída éo crescimento
da economia. Se não houver cresci-
mento econômico, o conflito tende
a acentuar-se. Àmedida que houver
crescimento, conseguir-se-á limitar
essa problemática.
GALASSO
–Emvistadosproblemas
que começa a causar a quantidade
de pessoas mais velhas – as em-
presas começam a ter regras, como
adeexpulsarqualquer executivoaos
60 anos. Isso é uma realidade do
mercado.
JR
– Só que há de lembrar que, o
mercado não é constituído só por
empresas. O resto da economia
eventualmente absorverá as pessoas
que saem das empresas...
GALASSO
– Mas as empresas
buscam essas substituições constan-
temente; não adianta fugir da rea-
lidade.
JR
–Eestão ficandocadavezmenos
eficientes, cada vez mais são com-
pradas, “fusionadas” com outras,
perdendo sua identidade...
AMALIA
–A somatóriadegentedá
uma empresa; a somatória de em-
presas dáumpaís.Opaís estábem?
Não. Significa que nem as pessoas
nem as empresas estão bem. Signi-
fica que temos de olhar outras
possibilidades, não só a do cresci-
mentodedois dígitos; começaantes
–comaáreadeRecursosHumanos,
fortementeapoiada sobaquestãode
competência técnica e pessoal.
Fazem avaliação de desempenho
nas empresas em todo mundo é
excelente e extra-excelente, mas os
resultadosestãopéssimoshá10anos.
E as empresas, nas reuniões, falam
dois segundos sobreas suas forçase,
depois, sobre todas as áreas que
ainda têmde serdesenvolvidas.Que
tal se começássemos a olhar no
Brasil – como acontece, em alguns
casos – a partir de suas fortalezas?
Contrata-se um vendedor, no Brasil,
e diz: “Você tem de falar inglês”,
quando elemal fala o português. E,
durante dez anos, a empresa critica,
na avaliação de desempenho,
dizendoque o inglês dele é sofrível.
Comoelevai conseguir? Issoépedir
a alguém o que ela não pode dar.
Para mim, pessoas vêm primeiro.
JR
– Acho que são temas que se
juntam ao nosso: dos velhos e dos
moços. Falou-se sobre atualização.
Mas atualizar emquê? Seráquenão
seriamaisumaquestãodeconvívio?
Como é que vamos encontrar cami-
nhos paraoconvíviodesses grandes
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