R e v i s t a d a E S P M –
maio
/
junho
de
2009
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Globalização e
interdependência
tos executivos dessas companhias
se viram forçados a garantir lucros
crescentes, a cada novo balancete
trimestral. Erauma situaçãodantesca
quenãopoderiamesmoperdurar.
A globalização falhou também no
cumprimento de sua promessa de
criarummundo só, livrede fronteiras
e barreiras à circulação de produtos
e pessoas. Bastou uma grande crise,
como a atual, para fazer renascer os
velhos fantasmas da xenofobia e do
protecionismo em todo o mundo,
principalmente,nospaísesmaisricos.
Nesteexatomomento, aUniãoEuro-
peia está gastando bilhões de euros
na construção de uma verdadeira
muralha eletrônica para evitar que
imigrantes indesejados atravessem
suas fronteiras. Commuita razão, o
presidente Lula lembrou, recente-
mente, que é irracional o ódio aos
imigrantes de pelemorena que inva-
diramos países ricos, quando a crise
dehoje foiprovocadaporbanqueiros
deolhos azuis.
Origenseevolução
doconceitoda
globalização
A rigor,pode-sedizerqueoconceito
da globalização, como o entende-
moshoje, surgiunocontextodanova
organização mundial criada pelas
potências vencedoras da II Guerra
Mundial. Substituindo a antiga Liga
das Nações, totalmente desacredi-
tada, as potências aliadas criaram
quatro grandes organismos: aONU
(Organização das Nações Unidas),
o FundoMonetário Internacional, o
BancoMundial e oGATT –Acordo
Geral deTarifas eComércio. Eraum
conjunto de medidas destinadas
a manter a estabilidade política,
resolverascrisesfinanceirasconjun-
turais, estimular o desenvolvimento
econômico e aproximar os povos,
pormeiodo comércio.
Na prática, essas medidas mostra-
ram-seeficazesdurantemuitosanos.
Reforçandoa ideiadaunidadeentre
os países, surgiu também aUnião
Europeia, de iníciocomaadesãode
apenas seis países. Hoje, a União
Europeia inclui 27países e constitui
omelhorexemplodebloco integrado
queomundopodeoferecer.No en-
tanto, estámuito longe de satisfazer
aqueles que pensam emummundo
sem fronteiras.Naverdade, sãocada
vezmaiores as barreiras comerciais
e políticas que separam a União
Europeiado restodomundo.
De qualquer forma, fica claro para
nós que a ideia da globalização
jamais teve qualquer componente
idealista. Sómais tarde e à revelia
dos políticos, as grandes empresas
multinacionais perceberam que, à
medida que se expandiam através
do mundo, tornavam-se politica-
mentevulneráveis, passandoentão
a dedicar maior atenção à sua
imagem institucional, por aquilo
quechamamoshojede responsabi-
lidade socioambiental.Atéhoje, as
grandes empresas, mais do que os
governos, sãoas grandes responsá-
veispelocrescimentodaconsciên-
ciada sustentabilidadedoplaneta.
Omundoquerser
chamadopelonome
Como jádissemosacima,osaldofinal
da globalização é positivo para nós.
Podeparecer paradoxal,mas oBrasil
beneficiou-semaisdaglobalizaçãodo
queosprópriosEstadosUnidosque fo-
ramopaís iniciadordoprocesso.Para
os americanos, aglobalização trouxe
adesordemorçamentária,déficitsco-
merciais impressionanteseaperdade
milhões de postos de trabalho. Além
disso a ruína do sistema financeiro
americano foi tambémmagnificada
Culminando todo esse processo, odólar americano
corre agora o risco de ser substituído por outra
moeda, comopadrão de referência internacional.
s
Jr. deOliveira
