Marco_2009 - page 90

Mesa-
redonda
R e v i s t a d a E S P M –
março
/
abril
de
2009
90
}
Desenvolveu-sea sensaçãodeque
erapossívelmultiplicar ospães eospeixes
sempossuir divindade.
~
}
...como seomercadocontivesseuma
sabedoria inerentea si próprio.
~
do “daqui para a frente”, pensando
especialmente nos jovens leitores,
queaindanãoacumularam todaessa
experiência em volta destamesa – e
que provavelmente, estarão enfren-
tando algumas coisas pela primeira
vez e se perguntando “o que vai ser
domeu emprego, daminha carreira,
eu não vou poder mais chegar onde
oBillGates chegou”...
Juliana
– Sobre essa questão da
juventude, das perspectivas de car-
reira e de trabalho, nós vínhamos
observando o que estava aconte-
cendo com o jovem, que entrava
naempresae tinhaaexpectativade
crescernumciclomuito rápido–em
dois ou três anos, como o Embai-
xador falou. Ele tinha a expectativa
de entrar como
trainee
e ascender
a cargos de diretoria dentro desse
ciclo; emcincoanos, estáaptoa ser
o presidente da empresa.
JRWP
–Oude tornar-seempresário?
Juliana
– Não. De virar presi-
dente. A maioria dos que entram
na vida corporativa tem o foco na
primeiracadeira, como sehouvesse
cadeira para todo mundo, como
se não fosse haver um natural es-
trangulamento. Então havia essa
situação de ganho muito rápido,
tudomuito no curto prazo; as em-
presasalimentavam–oualimentam
porque acho que isso ainda não
mudou. As empresas estimulam
este rápido, rápido, rápido–vamos
fazer rápido, vamos dobrar rápido,
vamos vender mais, ganhar mais,
vamos crescer 20% ano a ano; e aí
você vai deixando de lado o pro-
fundo, profundo, profundo. Você
pode ter o foco no resultado, pode
querer crescer rapidamente, mas
deveria ter espaço para refletir um
pouco sobreoqueestáacontecen-
do, para olhar para o longo prazo.
Muitopoucasempresasestãonesse
movimento, por exemplo, de sus-
tentabilidade – que é considerar o
longo prazo, na sua gestão. Hoje
– pelo que tenho conversado com
consultores e especialistas demer-
cado – vemos que essa geração,
chamadaGeraçãoY (quemnasceu
de 1978 a 1998, na faixa dos 30
anos) está apavorada; nunca viveu
uma crise, não tem referência,
não tem malícia nem histórico e
o que está acontecendo é uma
valorização do executivo grisalho,
do executivo commais idade que
já passou por outras crises e que
tem a certeza, lá no fundo, de que
o mundo não vai acabar – vamos
sobreviver, já passamos por isso.
JRWP
–Depoimentomuito interes-
sante o seu.
Gracioso
–Éverdade, tenhovisto
isso com alguns alunos nossos.
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