Marco_2009 - page 92

Mesa-
redonda
R e v i s t a d a E S P M –
março
/
abril
de
2009
92
respeitoàpropriedade, instabilida-
depolítica.NoBrasil, pelaprimeira
vez, estamos tendo a possibilidade
de fazer políticas econômicas
anticíclicas, em vez de exacerbar
o problema em razão de fragili-
dades etc. Creio que o Brasil tem
um posicionamento promissor nos
próximos anos, e a oportunidade,
parao jovembrasileiro, éparticipar
disso.Asqualificaçõesqueestamos
atingindo no Brasil em termos de
educação e de flexibilidade, de in-
teração com o resto domundo são
crescentes e já são suficientes para
ver o futuro com otimismo.
Marcos
– O que vocês disse-
ram coincide muito com o meu
pensamento. Você, Juliana, como
psicanalista dessa mocidade, por
meio da sua revista, deve procurar
relativizar o problema sugerindo
que estamos numa daquelas etapas
cíclicasdavidaeconômica interna-
cional e cuja duração não costuma
sermuitoextensanemmuito longa.
Estamos também testemunhando a
capacidade dos bancos centrais de
atuarem juntos, que é uma coisa
extraordinária; segundo, não dei-
xar que o protecionismo destrua
o comércio internacional, pois ele
vai ser uma das alavancas do re-
nascimento de tudo isso; terceiro,
o Estado, o Governo vai ser como
diziam o Reagan e a Tatcher “não
comopartedoproblema,mascomo
parte da solução”, então haverá a
revalorizaçãoda função regulatória
normativa dos Governos, o que é
bom – não se pode deixar que eles
abafemacriatividade,oengenhoda
empresa privada, não é o que eles
sabem fazerbem.Estou inteiramente
de acordo que o Brasil sairá desse
ciclomelhor do que entrou, relati-
vamenteaosdemaisgrandesatores;
o Brasil está entrando num círculo
virtuoso, seu sistema bancário é
melhor regulado hoje, o Proer fez
coisasmuitoboas, opaís estánuma
fase de consensualidade política,
filosófica e ideológicabastante am-
pla. Acho também que a situação
nãochegounempertodas situações
extremas – e pré-históricas para os
jovens – como a de 1929, ou a 1
a
e
2
a
Guerras Mundiais; então estamos
numasituaçãoemquetudoindicaque
esta crise será superada, sem guerras
e em breve. As perspectivas não são
desalentadoras. O comércio me pa-
receumelementoessencial eprecisa
encontrardenovoumanormatividade.
O Brasil está no G 20, que é uma
coisa importante; pela primeira vez,
numa crisemundial, o Brasil está no
innercircle
doprocessodecisório.Pela
primeiravez,numagrandecrise, che-
gamos aelacom saúdebastantepara
não serumadasprimeirasvítimas–o
Brasilsempremorrianaprimeiraparte
dofilme,agorapelomenoschegamos
aomeio.Achoque, comobrasileiros,
temos grandes oportunidades. Faço
um reparo à imprensaqueparece ter
umaespéciedehipertrofiadeatenção
paracertosassuntoseumaatrofiapara
outros.Quem lêa imprensa,hoje, tem
a ideiadeque estamos todos a cami-
nhoda tragédia, quantoos índicesde
desemprego, de perda de velocidade
daeconomiaetc.Acrise tambéméco-
produzidaporessacapacidadedefoco
de todas asmídias aomesmo tempo.
Aminha convicção édequeoBrasil
entroubem,sairámelhorequeacrise
}
Passaramacontar comesse tipode
coisaparafinanciar o seuconsumo...
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