Valores_Marco_2010 - page 101

março
/
abril
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
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As empresas precisam saber quem são e para que servem
sério.Comocoordenadordopós-gra-
duaçãodaESPM, vejomuitos alunos
com27e28anos,emCiênciasdoCon-
sumo, trocaremmensagens nos seus
e-groupssobreoportunidadesdetroca
deempresas.Aspessoasvãomudando
deempresadeanoemano, antesera
umacoisacurricularmentemonstruo­
sa, estamos perante uma dicotomia
seríssima. Vivemos nummundo que
é criticado pelo consumismo, e o
consumomuitograndedaspessoasé
umaválvuladeescapeparaasuanão
realizaçãonotrabalho.Oconsumode
tatuagens, grifese símboloséaúnica
possibilidadedemuitossegmentosda
população, principalmente, de baixa
renda, se tornaremnotados.
CARLOS
–Todos–sociedade,nação,
empresae indivíduo–estão subordi-
nados a uma coisa permanente que
nãomudouenãoseisemudaráalgum
dia,queéaequaçãoeconômica.Muito
bacana dizer que “oGooglenão tem
dono”. No dia em que oGoogle não
tiver dinheiro para pagar suas con-
tas, ele acaba, porque receitamenos
customenos despesa é igual a lucro
–ninguémescapadisso.Asempresas
podemmudaroquantoquiserem,mas
nãovejoessaequaçãomudar.
GRACIOSO
– Carlos, essa equação
temduas respostas.Aempresapre-
cisa, em primeiro lugar, ser fiel ao
seumercadoe, em segundo lugar, à
suamissão.DizemqueaMatsushita
Electric Industrial (empresa japonesa
dona damarca Panasonic), tem um
plano estratégico de 250 anos e a
cada 50 anos eles fazem uma revi-
são. Não acredito muito, mas o Sr.
Matsushita disse: “Daqui a 50 anos
não sabemos quem serão os nossos
consumidores, nemdoqueprecisa-
rão. Agora, o que queremos é que
se lembremdanossamarcaquando
compraremaquilodequevãopreci-
sar”. Permanência é isso: fidelidade
ao teumercadoeà tuamarca.
SIMONE
–QuandooMáriodizque
na neurociência o primeiro fato que
aparece é a questão da segurança,
gostaria de acrescentar a questão
da identidade. E é exatamente nas
questões de identidade e segurança
que hoje não existemais pobreza no
sentido econômico. Existe pobreza
pelanecessidadedecompensação.As
pessoas vãoatrásdemarcaspor essa
necessidadede segurançae identida-
de. Existe aí tambémumamudança,
o dinheiro está por trás disso. Com
certezaéumdosfios condutoresque
aindaéuma referênciamáxima.
CARLOS
– Sou de uma geração di-
ferente da dosmeus pais. No Brasil,
o sonho da geração domeu pai era
ser funcionário público. Na minha
geração o objetivo era trabalhar em
uma multinacional. A geração dos
meus filhos é essa que o Álvaro ci-
tou: “Ser escravoda empresade jeito
nenhum”. Há uma sensação de que
o sujeitoagoraéodonodomundo, é
}
A cultura é algo que reflete o
comportamento do ser humano e
muda com o tempo, com a geo-
grafia, com tudo.
~
}
O grande valor local da Xerox no caso
do Brasil era uma orientação fortíssima
para a gestão de recursos humanos.
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